O Presidente Marcelo e as reparações do colonialismo

Os defensores das políticas Woke são sectários, pois só falam da escravatura feita pelo homem branco europeu. Não falam da escravatura feita pelos negros, pelos árabes, pelos asiáticos. As pessoas nas universidades têm de ser intelectualmente honestas.

Em 1761, há 263 anos, Portugal foi pioneiro na abolição do tráfico de escravos na metrópole. Em 1869 todas as formas de escravatura foram abolidas, por decreto assinado pelo Rei D. Luís, em todos os territórios portugueses. Em 1875, sob o impulso do Marquês de Sá da Bandeira, Portugal excluiu completamente qualquer tipo de escravatura, estabelecendo a liberdade de trabalho no Ultramar.

O Brasil aboliu a escravatura em 1888. Ou seja, 66 anos depois da sua independência em 1822 e 19 anos depois de Portugal o ter feito em relação a todos os seus territórios. O Brasil foi o principal beneficiado pela escravatura vinda de África.

O Reino Unido aboliu o comércio de escravos em 1807 e aboliu a escravatura, em todo o seu império, em 1833. 

Os defensores das políticas Woke são sectários, pois só falam da escravatura feita pelo homem branco europeu. Não falam da escravatura feita pelos negros, pelos árabes, pelos asiáticos. As pessoas nas universidades têm de ser intelectualmente honestas.

Outra coisa completamente diferente é a cooperação estratégica de Portugal com as suas antigas colónias ou com os países onde exista património construído por Portugal, que se reveste de várias formas: Divulgação da língua e cultura portuguesa feita pelo Instituto Camões; recuperação do património construído pelos portugueses; Investimento feito por Portugal nesses países ou por esses novos países feitos em Portugal; perdão de parte da dívida que esses países tinham com Portugal. 

Que eu saiba quem define a política externa de Portugal é o governo. O que o Presidente Marcelo disse é imperdoável e fez um grande favor ao Chega como se viu pela intervenção na Assembleia da República.

Nos últimos oito anos, durante a geringonça, não se podia comemorar o 25 de Novembro porque dividia os portugueses. Mas o Presidente Marcelo dizer o que disse a correspondentes estrangeiros já não há qualquer problema? 

O Presidente Marcelo afirmou, num jantar com os correspondentes estrangeiros, que “Portugal tem de pagar os custos da escravatura transatlântica e igualmente do colonialismo”…”Há ações que não foram punidas e os responsáveis ​​não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso.” 

Considerou também que “Portugal assume total responsabilidade pelos seus erros, erros esses que tiveram custos”, referindo os massacres coloniais, não só os de guerra, mas outros perpetrados durante mais de quatro séculos.

Antes de pagar qualquer custo pelo tempo do colonialismo, Portugal tem de indemnizar os 600.000 portugueses que foram forçados a regressar a Portugal tendo os seus bens sido nacionalizados, sem indemnização, pelos países que foram criados após a independência das antigas colónias.

Portugal tem também de indemnizar as famílias dos portugueses que foram mortos, bem como, todos os que foram gravemente feridos durante a guerra.

Portugal tem também de compensar os antigos combatentes que lutaram pela Pátria e que não tenham condições mínimas de subsistência.

Já agora o Presidente Marcelo que peça ao Presidente Macron a indemnização pelos custos das invasões francesas, a devolução de todos os bens saqueados e a condenação pelos crimes praticados dos massacres, violações e roubos.

Não se esqueça de pedir ao Rei de Espanha Filipe VI a indemnização pelos custos das invasões espanholas, a devolução de todos os bens saqueados e a condenação pelos crimes praticados dos massacres, violações e roubos.

Nesse caso, tem também de indemnizar os califados árabes pelas guerras de conquista do território que veio a ser Portugal. Ou seja, voltamos ao Condado Portucalense! 

O Presidente Marcelo quando fizer as contas do colonialismo deve incluir todos os investimentos que Portugal fez nas antigas colónias.