Durante os oito anos que o PS esteve no governo e enquanto Pedro Nuno Santos foi ministro das Infraestruturas nunca eliminaram as portagens nas Sctus. PNS votou mesmo contra a proposta do PSD de redução de 30% de algumas portagens, já como deputado na Assembleia da República.
O Chega fez algumas propostas eleitorais que são demagógicas, populistas e que são socialmente injustas. Além disso, são iguais às que os comunistas e bloquistas também fizeram, como por exemplo: abolir as portagens das Sctus, aumentar as pensões mínimas para o salário mínimo e não pagar as propinas na universidade.
O PS não costumava fazer, mas desde que se aliou ao PCP e ao BE, na geringonça, passou a adoptar algumas dessas políticas demagógicas e populistas e a seguir o lema da extrema-esquerda “quanto pior, melhor.”
Os comunistas e bloquistas defendiam a abolição das portagens nas Sctus que é uma medida socialmente injusta, pois estão todos os portugueses a suportar os custos da existência das Sctus. Ou seja, estão os pobres, que não têm carro e não andam nas Sctus, a pagar para os ricos. Quem deve pagar as portagens é quem as utiliza. É o princípio económico do utilizador/pagador. Outra coisa é saber se as portagens podem ser diminuídas. O PSD propôs, no ano passado, a diminuição de algumas portagens em 30% e o PS, no Parlamento, votou contra.
O Chega votou a proposta do PS de abolir as portagens das Sctus para entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2025. Não era o Chega que queria correr com os socialistas do poder? Votar as propostas do PS contra o governo da AD, de centro-direita, mostra claramente a natureza do Chega. Um partido demagógico e populista da direita radical que defende o quanto pior, melhor.
No Parlamento Europeu o grupo onde está o Chega costuma votar ao lado do grupo onde estão os comunistas e bloquistas. A novidade em Portugal é que estão agora também ao lado dos socialistas.
Há muitos portugueses que têm pensões mínimas, porque não fizeram descontos para a Segurança Social, enquanto estiveram a trabalhar, e têm outros rendimentos, seja de pequeno comércio, de pequenas empresas ou de outras pensões. O correcto é atribuir o complemento solidário de idosos em função do seu rendimento. Aumentar as pensões mínimas para o salário mínimo é socialmente injusto, pois passaríamos a dar dinheiro a quem não é pobre e tem outros rendimentos.
O PS, durante os oito anos, nunca quis baixar a receita de IRS para poder distribuir pelo seu eleitorado e assegurar manter-se no poder. A receita de IRS subiu de 12.613 milhões de euros , em 2016, para 18.503 milhões de euros, em 2023 (Pordata). Depois de muita pressão por causa da inflação admitiu, em 2023, baixar 400 milhões de euros, mas só para 2024.
Luís Montenegro defendeu, na Festa do Pontal de 2023, cinco medidas para reduzir a carga fiscal sobre as famílias. Redução do IRS, ainda em 2023, por causa dos impostos cobrados a mais devido à inflação e que abrangia todos os escalões com excepção do último. Reduzir a taxa de IRS para jovens até aos 35 anos para 15%. Actualização dos escalões de IRS com base na inflação. Transparência sobre o excedente fiscal. Isentar de impostos sobre o rendimento e contribuições sociais os prémios de desempenho e produtividade até 6% do vencimento base.
O governo socialista rejeitou estas propostas. O PS que inicialmente não queria baixar os impostos sobre o trabalho (IRS) viu-se obrigado, pela oposição e pela pressão da opinião pública, a diminuir o IRS até ao 5º escalão na proposta de Orçamento do Estado para 2024.
O PSD manteve a proposta, que já tinha feito, para a discussão do Orçamento do Estado para 2024. O PS rejeitou as alterações. O Programa eleitoral da AD manteve a proposta inicial. Tendo ganho as eleições a proposta consta do Programa de Governo apresentado e discutido no Parlamento.
O governo da AD aprovou agora a sua proposta inicial que implicava uma redução de IRS de 1.500 milhões de euros, relativamente a 2023, e apresentou no Parlamento para ser aprovada. Ou seja, mesmo que o PS não tivesse sido forçado a reduzir o IRS, o governo da AD proporia a redução dos 1.500 milhões de euros para todos os escalões com excepção do último.
Se o PS e o Chega se juntarem, uma vez mais, para aprovar uma proposta de IRS diferente da do governo da AD assumirão as suas responsabilidades. Se o PS e o Chega querem governar juntos podem aprovar uma moção de censura ao governo da AD e depois fazer um governo de coligação ou com apoio parlamentar.
Se o Parlamento invadir a área de competência do governo não me admirava que as leis aprovadas no Parlamento sejam enviadas para o Tribunal Constitucional para averiguar da sua constitucionalidade.
Não foi o PS que resolveu o problema da eleição do Presidente da Assembleia da República. O PS e o Chega votaram contra o candidato apresentado pela AD, que tinha ganho as eleições, sabendo que a AD iria votar a favor dos candidatos do PS e do Chega a Vice-Presidentes da Assembleia da República.
A sociedade portuguesa está muito radicalizada. António Costa é o grande responsável pela radicalização da sociedade portuguesa, pois aliou-se à esquerda radical e à extrema-esquerda, em 2015, para derrubar o governo PSD/CDS de Passos Coelho e ser primeiro-ministro.
Nunca o PS de Mário Soares se tinha aliado aos comunistas e bloquistas depois do 25 de Abril de 1974. Mário Soares fez governos com o CDS/PP, com o PSD e com maioria relativa.
Foi a teoria do pêndulo a funcionar. Os socialistas, com a geringonça, levaram o pêndulo para um dos extremos e ele agora foi para o outro.
Em 2015 o Chega não existia. Não havia direita radical. Foi a geringonça com as suas políticas de cancelamento, da ideologia de género e políticas Woke que radicalizaram a sociedade portuguesa e levaram os portugueses a quererem correr com os socialistas.