Ucrânia. Combates intensos em toda a linha da frente

A intensificação dos ataques russos era esperada pela generalidade dos analistas

O presidente ucraniano relatou esta sexta-feira “combates intensos em toda a linha de frente”, no dia em que a Rússia lançou uma grande ofensiva terrestre no nordeste da Ucrânia.

“Há combates intensos ao longo de toda a linha da frente”, disse Volodymyr Zelensky numa mensagem publicada nas redes sociais depois de ser informado sobre a situação pelo comandante das Forças Armadas.

“Discutimos ações defensivas e [formas] de fortalecer as nossas posições na região de Kharkiv”, no nordeste do país e que faz fronteira com a Rússia, indicou o líder ucraniano.

Segundo Zelenksy, a Ucrânia está a enviar reforços para a região de Kharkiv e a responder com força ao ataque russo com artilharia e drones, que apelou aos aliados ocidentais de Kiev para fornecerem ajuda militar adicional. 

“Ao longo da nossa fronteira nacional e da nossa linha da frente, iremos inevitavelmente destruir o ocupante, a fim de frustrar as intenções ofensivas da Rússia”, declarou ainda num discurso por vídeo. 

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca comentou que a Rússia “certamente intensificará os seus ataques e enviará mais soldados” para o nordeste da Ucrânia nas próximas semanas, com o objetivo de estabelecer uma “zona tampão” ao longo da fronteira.

John Kirby acrescentou que os EUA não esperam “quaisquer grandes avanços” por parte das tropas russas. “Temos confiança nas forças ucranianas e estamos a trabalhar incansavelmente para enviar (… ) as armas de que necessitam para se defenderem contra estes ataques”, disse ainda. .

A intensificação dos ataques russos era esperada pela generalidade dos analistas, uma vez que a Rússia deverá aproveitar usar a sua vantagem em soldados e armamento antes que o novo pacote de ajuda militar e financeira de Washington a Kiev tenha impacto nas frentes de combate.

Em entrevista à revista The Economist, Oleksandr Pavliuk, comandante das Forças Terrestres Ucranianas, afirmou que a fase crítica da guerra chegará nos próximos dois meses.

Kiev prevê que antes que a ajuda militar chegue às forças ucranianas no terreno, os generais russos “estão a lançar todo o material pronto para o combate de que dispõem para testar tropas exaustas e insuficientemente abastecidas” da Ucrânia.

“A Rússia sabe que se recebermos armas suficientes dentro de um ou dois meses, a situação poderá virar-se contra ela”, disse Pavliuk, acrescentando que Ucrânia precisa de mais defesa aérea e que a entrega antecipada dos F-16 até ao início de junho daria um “impulso psicológico” significativo.