Banca lucra quase 14 milhões por dia

Os cinco maiores bancos apresentaram um resultado líquido de 1.251,5 milhões nos três primeiros meses.

Os cinco maiores bancos – Caixa Gera de Depósitos, BCP, Santander Totta, BPI e novobanco – apresentaram lucros de 1.251,5 milhões de euros nos três primeiros meses do ano, o que dá uma média diária de quase 14 milhões de euros.

A Caixa Geral de Depósitos voltou a ser campeã em termos de resultados ao atingir um resultado líquido de 394,5 milhões de euros, o que representa um crescimento de 38,4% face ao trimestre homólogo e irá entregar ao Estado cerca de 770 milhões em dividendos a pagar no 2º trimestre, impostos, custos regulatórios e rendas do edifício sede. A operação em Portugal contribuiu com 344 milhões de euros para o lucro e a atividade internacional com 51 milhões de euros.

A margem financeira (diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos) subiu 17% para 716 milhões de euros enquanto as comissões desceram 4,7% para 142 milhões de euros. Já os custos operativos escalaram 5% para perto de 300 milhões de euros, impulsionado sobretudo pelo aumento dos encargos com pessoal que rondou os 130 milhões de euros. Por seu lado, as comissões baixaram 7% para 142 milhões de euros. 

O Santander Totta apresentou um resultado positivo de 294,4 milhões, um valor que compara com os 185,9 milhões registados no final do mesmo período de 2023 (mais 58,4%). O crédito a clientes ascendeu a 46,6 mil milhões, um aumento de quase 10% quando comparado com igual período do ano passado, enquanto o crédito hipotecário reduziu-se em 1,5%. O crédito ao consumo ficou praticamente inalterado.

Os recursos de clientes ascenderam a 43,8 mil milhões e as comissões líquidas estabilizaram nos 120,9 milhões de euros. Os custos operacionais permaneceram relativamente estáveis, com um crescimento homólogo de 1,1%, para 129 milhões de euros. Mas só os custos com pessoal subiram 3,1%, para 70,2 milhões de euros. No final de março, a instituição financeira contou com menos 97 trabalhadores (4.580) e uma redução de três agências (330).

Já o BCP apresentou um resultado líquido de 234,3 milhões de euros nos primeiros três meses, um aumento de 8,4% face aos 216,1 milhões de euros registados face a igual período do ano passado. Só a atividade em Portugal foi de 203,5 milhões, uma subida de 18,4% em relação a igual período de 2023.

Os recursos de clientes cresceram 7% em termos consolidados para 98,5 mil milhões de euros, com os depósitos à ordem a caírem para 44,5 mil milhões de euros, enquanto os depósitos a prazo dispararam para 36,2 mil milhões de euros. As comissões líquidas mantiveram-se nos 141,4 milhões. 

Os custos operacionais subiram 5,5% para 154,6 milhões de euros e os gastos com pessoal cresceram para 86,2 milhões. O BCP registou uma queda residual em número de trabalhadores (quatro, contando com 6.269) e entre o final do primeiro trimestre de 2023 e fechou nove balcões (399).

Já o novobanco apresentou um resultado líquido de 180,7 milhões de euros, um aumento de 21,8% face aos 148,4 milhões em igual período do ano passado. A margem financeira ascendeu a 299 milhões e a taxa da margem financeira foi de 2,88%.

As comissões ascenderam a 75 milhões, um aumento de 8,8% e os recursos totais aumentaram para 37,3 mil milhões com os depósitos a situarem-se em 29,3 mil milhões. Já os empréstimos a clientes situaram-se em 28,3 mil milhões com o valor líquido de 27,1 mil milhões, a representar cerca de 60% dos ativos totais.

Os custos operacionais totalizaram os 119 milhões de euros, em que os custos com pessoal foram de 63,3 milhões. No final de março, contava com 4.227 colaboradores (mais 18) e manteve os 290 balcões.

Por seu lado, o BPI obteve um lucro de 121 milhões, uma subida de 43% face aos 85 milhões registados no período homólogo. Só a atividade em Portugal contribuiu com 112 milhões. A margem financeira aumentou 19% para 245 milhões de euros e as comissões renderam mais 1% para 74 milhões de euros, enquanto a carteira de crédito cresceu 3% face a março de 2023, atingindo 30,1 mil milhões de euros. O principal contributo para a subida foi nos empréstimos a empresas, cujo volume aumentou 6% para 11,6 mil milhões de euros. O crédito a particulares avançou 1% para 16,2 mil milhões. Os custos com pessoal totalizaram os 63 milhões de euros.