As eleições europeias estão a aproximar-se e aguarda-se com alguma expectativa se os resultados eleitorais vão ser alinhados com os das recentes legislativas, pois a realidade pode ser diferente.
A AD poderá ser penalizada por ter optado por um cabeça de lista, que apesar de inteligente, não tem experiência política, nem de vida, para além de ter feito uma transição demasiado repentina, de comentador para candidato, com as consequências que isso implica na opinião pública. O resultado seria completamente diferente se o cabeça de lista fosse Rui Moreira, mas não é.
O Chega continua com o seu populismo habitual, fruto do distanciamento que o governo lhe impôs desde início, mas também com algumas acções concretas que vão de encontro à satisfação do seu eleitorado, como ainda recentemente foi exemplo o voto favorável na proposta para abolição de portagens nalgumas ex-scuts. Tânger Correia é um cabeça de lista desconhecido da maioria das pessoas, e ao que se sabe, como embaixador, não deixou uma marca positiva. Para além de ter um candidato fraco, o Chega ainda se confunde com André Ventura, que neste acto eleitoral não será candidato a coisa nenhuma.
A Iniciativa Liberal apresenta Cotrim Figueiredo, é um candidato conhecido dos Portugueses, experiente e que colhe a simpatia das pessoas, mas para além de Cotrim, surgem na lista apresentada pessoas muito qualificadas e com percurso profissional, o que é cada vez mais raro na política.
Nos debates, pouco clarificadores, Sebastião Bugalho tem revelado alguma sobranceria despropositada e, ao contrário do que seria de esperar de alguém com experiência televisiva, não tem acrescentado nada. Tânger Correia, tem uma forma de estar muito diferente de Ventura, tentando passar pelos pingos da chuva, evitando o confronto directo com os seus adversários, coisa a que os eleitores do Chega não estão habituados. Já Cotrim Figueiredo tem estado bem, igual a si próprio, demonstrando serenidade, experiência e conhecimento que tanta falta fazem a outros candidatos.
Bem sabemos que o logotipo partidário ainda tem um peso relevante, mas não é menos verdade que as pessoas estão cansadas de votar sempre nos mesmos que nada têm acrescentado nos últimos anos no Parlamento Europeu.
A Iniciativa Liberal terá, nestas eleições, uma oportunidade para crescer, estejam os Portugueses atentos!
Alguém conhece o trabalho desenvolvido pelos eurodeputados portugueses no actual mandato?
Infelizmente, a esmagadora maioria das pessoas desconhece, pura e simplesmente, porque uns não têm trabalho feito e nenhum presta contas do seu trabalho aos Portugueses. A única coisa que as pessoas têm noção é que o lugar de deputado europeu é o “el dorado” da política portuguesa. Mas deverá ser muito mais do que isso, desde que sejam eleitas pessoas que consigam fazer a diferença na defesa do interesse nacional.
Estas eleições revestem-se de especial importância, tendo em conta as circunstâncias geopolíticas em que o mundo se encontra e as decisões importantes que a Europa terá de tomar a muito curto prazo, que certamente terão impacto na vida de todos. Era bom que se desse primazia a campanhas de sensibilização das pessoas para a importância de votarem e fossem divulgadas as diversas opções que têm para o fazer. O combate à abstenção também se faz com acções concretas de informação e esclarecimento.
Em suma, entre Sebastião Bugalho, Tânger Correia e Cotrim Figueiredo, a escolha não me parece difícil para os eleitores de direita com lucidez e sem amarras partidárias, Cotrim Figueiredo é de facto a única alternativa à direita.