As suspeitas de agressão a uma criança nepalesa, numa escola de Lisboa, e a justificação para a ameaça à bomba na sede do Chega foram considerados dois de desinformação durante a campanha europeia, segundo a MediaLab.
A conclusão é do centro de estudo de ciências da comunicação integrado no (ISCTE-IUL), que celebrou uma parceria com a Comissão Nacional de Eleições, para que sejam detetadas notícias falsas durante o período eleitoral.
De acordo com o estudo, nenhum daqueles casos é, porém, um exemplo típico de desinformação, uma vez que, no caso da alegada agressão, ainda não foi possível apurar o que aconteceu.
Neste sentido, o caso “gerou um ciclo de informação e posterior desinformação, que aumentou a polarização nas redes sociais a propósito da problemática da imigração”, diz o estudo, citado pela agência Lusa.
O relatório refere ainda que “os meios de comunicação social noticiaram o caso baseando-se em informações que vieram a demonstrar-se imprecisas e isso possibilitou o aproveitamento por parte de utilizadores anónimos e agentes políticos para promover as suas próprias agendas políticas”.
Quanto ao segundo caso, da ameaça de bomba na sede do Chega alegadamente praticado por um ex-militante, é um conteúdo “impostor”, já que este tipo de conteúdo é caracterizado pela ironia ou o sarcasmo, mas muitos utilizadores não percebem e republicam-no como verdadeiro, o que terá acontecido.
Os investigadores detetaram “pelo menos cinco partilhas da notícia fabricada”, sendo que algumas delas tinham “características típicas de páginas de humor e sátira, incluindo a conta que primeiro divulgou a imagem”.