Ana Paula Martins disse, esta sexta-feira, que o acréscimo de utentes no Serviço Nacional de Saúde (SNS) acabou por criar um desequilíbrio entre a oferta e a procura que não foi resolvido pelos antigos governos.
“Deram entrada no nosso país muitas pessoas, vindas de vários países e continentes, nem todas contabilizadas, mas cujo numero é no sentido crescente” e “num curto espaço de tempo, a procura de serviços de saúde cresceu de forma não calculada e sem planeamento de oferta que o garanta”, afirmou a ministra da saúde, durante uma sessão de abertura do Cascais International Health Forum, promovido pelo Fórum Saúde XXI.
Neste sentido, para a ministra, “em simultâneo, vários foram os paradigmas que se alteraram e que em muito contribuíram para o desajuste grave entre a procura e a oferta, entre as expectativas dos cidadãos e a resposta do Estado e do Ministério da Saúde, situações mais agravadas nos anos mais recentes”.
“Ficámos para trás no digital, no planeamento dos recursos humanos e numa política para as profissões, fomos esquecendo a demografia, a saúde mental e as demências e reduzindo a importância da saúde pública na organização dos serviços de saúde, apesar do discurso político”, salientou a governante.
Nesse sentido, “confrontado com esta falência do nosso SNS; decidiu o governo apresentar e aprovar um programa para a saúde para o curto e médio prazo e que é um investimento”, disse, prometendo não apenas manter o sistema, mas “investir e valorizar o SNS”.