Outra vez? Sim, isto era bom que continuasse assim, todos os três meses. Primeiro, eles nem aqueciam os lugares, segundo, até poderia ser que um dia, nos calhasse a nós sermos candidatos a um tacho. Terceiro, porque nos dá a sensação que contamos de facto, para a nossa Democracia.
Os fofinhos têm passado o tempo a atirar farpas uns aos outros, durante toda a campanha eleitoral. Como se os eleitores ainda acreditassem, que eles fossem adversários uns dos outros. Almoçam e jantam à mesma mesa, no mesmo restaurante chique na Assembleia da República, e trocam favores no privado. Aqui entra um dos meus, ali entra uma das tuas, e assim de pai para filho, se perpetuam eles dizendo-se serem contra a monarquia, porque não gostam dos direitos adquiridos por nascimento. Então no PS, é mato.
A graça é que a esquerda apenas critica a direita, não se preocupando com os partidos ao seu lado, que na realidade são os seus verdadeiros concorrentes na eleição. À direita já perceberam isso, e picam-se uns aos outros com o palito das azeitonas.
Uma vez mais, propõem-nos que votemos nos próximos eurodeputados, sem fazerem uma avaliação prévia, dos deputados em que anteriormente votámos! O que fazem por Portugal? Qual é o peso deles ou a nossa voz, uma vez inseridos nos grupos das chamadas “famílias” europeias? E afinal de contas, quantas vezes lá puseram os pés em Estrasburgo? Olhando para o PS, onde nenhum deputado anterior é recandidato ao lugar… seria para desconfiar dos porquês.
É bem verdade que, com a velha máxima das TV’s darem destaque (e muito!) aos partidos com assento na Assembleia da República, os restantes, quase passam despercebidos ao eleitorado. E se esta opção poderia fazer algum sentido para as eleições legislativas, na realidade não faz nenhum para esta europeias. Além do mais, nem é respeitado, já que entre estes, ao Livre, IL, PAN lhes é dada igual cobertura de imprensa, quando nunca elegeram nenhum eurodeputado. E à margem disto, passa a Joana Amaral Dias que escolheu ser cabeça de lista pelo ADN! A psicóloga tem muitos anticorpos na sociedade, é bonita, inteligente, opinativa, o velho Soares tinha olho, quando a lançou como mandatária para a juventude, da sua candidatura a PR em 2006. Tinha olho, mas já não tinha dentes para a aguentar, e a rebelde de cabelo ao vento, seguiu o seu caminho que desemboca agora num partido político apoiado pelos evangelistas, à imagem de Bolsonaro e de Trump. Surpreendente, no mínimo, para a antiga militante do Bloco de Esquerda.
Outra pérola esquecida, a líder da Nova Direita, Ossanda Líber que apesar do seu ar jovem, a gestora tem 46 anos e 4 filhos. Foi vice do partido que o Santana Lopes criou e de seguida abandonou, deixando órfãos uma série de novas caras da política portuguesa, que tiveram a coragem de o apoiar, e ele de os desaproveitar. Pérolas a porcos, diz-se.
Estas duas candidatas mereciam mais e melhor destaque.
Uma nota final para refletir, sobre o que serão os resultados daqui a uns dias: comparar a população migrante em Portugal, e na Europa com aquilo que era, há uns cinco anos atrás… não é comparável. À política europeia da avestruz, responderão este domingo os eleitores. Não que eu goste disso, mas há décadas que venho avisando. No entanto tal tema, tornou-se tabu. Leiam os livros de história.
Dito isto, o Pacheco Pereira que é uma espécie de esgadelhado Manuel Alegre do PSD mas sem a poesia, vem dizer que é tudo mau na campanha eleitoral, que é um aborrecimento e se vai notar na mobilização do eleitorado… bora lá todos votar no próximo fim de semana, se não for para eleger os nossos deputados europeus, pelo menos, para chatear e contrariar o Pacheco Pereira. Há figurinhas que me fazem lembrar o Zé Povinho do Bordalo.