Há que aprender a descodificar algumas expressões que se encontram na base de certos discursos ‘europeus’.
1. ‘Sonho europeu’ e ‘projeto europeu’ que os partidos da ‘extrema-direita europeia’, ‘radical e populista’ reunidos nos dois partidos europeus ID e ECR são acusados de não compartilhar e mesmo de, vilmente, os atacar.
O eleitor mais incauto imaginará que o tal sonho europeu ou projeto europeu tem a ver com a União Europeia do euro e das quatro liberdades, mas em tudo o demais estritamente regida pelo princípio da subsidiariedade. Falso, porque a verdade é que quando PS, IL, PSD ou CDS falam em ‘sonho europeu’ e ‘projeto europeu’, estão a falar de uma Europa federal que eles têm vindo aceleradamente a construir nas costas dos povos e das nações europeias.
Esses quatro partidos, sem exceção, fazem parte de três partidos europeus que há dezenas de anos trabalham para essa construção federal. Quanto ao Chega e aos seus partidos irmãos da Europa, acusados de serem antieuropeus, não o são. Aceitam uma Europa das quatro liberdades e do euro, aquela que corresponde ao espírito e à letra dos ‘pais fundadores’, mas recusam-se a aceitar uma Europa federalizada com todos os países tutelados pela burocracia de Bruxelas.
2. Temos, depois, os ‘valores europeus’. O mesmo eleitor desatento imaginará que esses valores serão aqueles que estruturaram a Europa milenar e herdados das culturas ancilares dessa Europa. Dos gregos, os valores representados pelo primado da razão sobre o instinto e da Beleza e da Verdade como uma procura permanente, entre muitos outros. Dos romanos os mesmos, acrescidos do génio da organização. Finalmente, do cristianismo, todos os anteriores, acrescidos do valor infinito da vida; do valor da família, fundada sobre um homem e uma mulher, como unidade primordial de humanização; de um Deus transcendente encarado como o alfa e ómega da criação. Valores simples e claros, mas que construíram uma civilização incomparável.
Mas não são estes os ‘valores europeus’ de que falam PSD, PS, CDS e IL. Os tais valores europeus resumem-se aos direitos centrais da ideologia woke e não são mais do que isto: anti-valores que se opõem aos valores tradicionais da Europa e nos quais a maioria esmagadora dos atuais europeus ainda foi educada. Estes ‘valores europeus’ o Chega e os seus irmãos europeus do ID e do ECR não os aceitam e sempre lutarão contra eles.
Este ‘sonho europeu’, este ‘projeto europeu’ e estes ‘valores europeus’ vão, frontalmente, contra a Europa em que nós acreditamos: A Europa das quatro liberdades + euro enraizada nos valores milenares que nos trouxeram até aqui. O ‘projeto europeu’ é o fim da Europa, o ‘sonho europeu’ é um pesadelo e os ‘valores europeus’ não passam dos valores estruturantes de uma anti-Europa.
Os partidos europeus de que fazem parte CDS, PSD e IL há dezenas de anos que se aliaram para construir esta Europa Federal e sem valores que hoje nos querem impor.
É urgente repor a União Europeia que existia antes do Tratado de Lisboa e, em grande parte, antes do Tratado de Maastricht. Uma Europa saudável, livre, respeitadora da liberdade e da autonomia das nações que lhe davam corpo e forma.
É um imperativo de consciência votar no dia 9 de junho. Só a concentração de votos nos partidos do ID e do Chega poderá resgatar esta Europa prisioneira da UE.