A seleção nacional de jovens entre os 15 e 17 anos (o limite de idade passou para os 17 anos em 2001) perdeu com a Itália (0-3) na final do Campeonato da Europa de Sub-17 e falhou a possibilidade de repetir os triunfos de 2003 e 2016. A história mudou e os italianos conquistaram o primeiro título europeu depois de três finais perdidas. No jogo decisivo estiveram as duas melhores seleções do Europeu tendo em conta a qualidade técnica e tática demonstrada nas partidas anteriores. Outro aliciante era ver o que fazia o melhor ataque, com 12 golos (Portugal), frente à defesa menos batida da competição (Itália), com apenas dois golos. A história da final foi curta e simples. A Squadra Azzurra foi melhor na pressão, mostrou-se mais forte fisicamente e ganhou a maioria dos duelos perante uma equipa das Quinas muito permissiva e sem energia para responder, pelo que o triunfo é totalmente merecido. Portugal defrontou seleções bastante difíceis nesta competição, mas nunca passou por um sufoco destes.
A Itália tinha demonstrado ser uma equipa organizada, combativa e com valores individuais muito bons. Na final, entrou muito pressionante e, aos 15 minutos, já ganhava por 2-0. A entrada em falso dos portugueses deveu-se à passividade a defender e à falta de acerto na concretização, e quem desperdiça tantas oportunidades não pode ser feliz. Portugal só apareceu em campo depois de sofrer o segundo golo. O que faltou em eficácia sobrou em força de vontade, mas não chegou para virar o jogo. A seleção entrou no segundo tempo determinada a mudar a história da partida, mas nova falha defensiva deu o terceiro golo à Itália. O empolgamento dos portugueses levou um balde de água fria, e a final terminou aí.
Apesar de não ter ganho, a seleção nacional mostrou um futebol de qualidade ao longo da competição. Os jovens portugueses já tinham impressionado com vibrante goleada (4-1) à Inglaterra e a fantástica reviravolta frente à Sérvia, estiveram a perder (0-2) e venceram (3-2). Neste percurso europeu fica o registo da qualidade do médio Robrigo Mora (FC Porto), do avançado Geovany Quenda (Sporting) e do guarda-redes Diogo Ferreira (Benfica), entre outros. Foi mais uma etapa no crescimento destes miúdos, mas a história não acaba aqui. Há um Europeu de Sub-19 para conquistar.
João Santos afirmou que queria continuar com as boas exibições, fazer um futebol positivo e marcar golos, só que a realidade foi bem diferente. «A Itália foi um justo vencedor», começou por dizer o selecionador nacional, que apontou os motivos da derrota: «Tivemos cinco jogos muito intensos e, na final, não apresentámos a frescura e a intensidade necessárias, houve alguns jogadores que estiveram um pouco abaixo. Podíamos ter ido para o intervalo com outro resultado, tivemos oportunidades para isso, o que dava outra motivação». O selecionador reconheceu que a «frustração é grande»: «Acreditámos que era possível dar a volta no segundo tempo, mas o terceiro golo deu grande tranquilidade à Itália. Estou orgulhoso do trabalho dos jogadores. Espero que dentro de duas épocas, quando forem Sub-19, possam ganhar».
O médio ofensivo Rodrigo Mora venceu o prémio de melhor marcador do Europeu Sub-17, com cinco golos. O internacional português, de 17 anos, admitiu: «Entrámos mal, foi assim em todos os jogos. Eles marcaram dois golos nos primeiros minutos e não conseguimos virar. Estávamos cansados, mas isso não é desculpa. Acho que devíamos ter dado mais». O jovem está confiante no futuro. «Tenho a certeza de que em Sub-19 seremos campeões europeus», disse um dos jogadores mais interessantes deste Europeu.