Concluído o projeto de reabilitação, foi ontem inaugurado na Invicta o Ateliê António Carneiro, que ocupa o local de trabalho do pintor e poeta a que já chamaram ‘retratista das almas’.
O novo museu abre as portas com uma exposição que reúne mais de 90 obras provenientes de diversas instituições – não apenas de Carneiro mas também de contemporâneos seus como Aurélia de Sousa, Amadeo de Souza-Cardoso e Auguste Rodin.
Nascido em Amarante em 1872, António Teixeira Carneiro Júnior era filho de um comerciante emigado no Brasil e passou grande parte da infância num asilo da Misericórdia do Porto, após a morte da mãe. Estudou Desenho e Pintura de História na Academia de Belas Artes do Porto, e em 1897 parte para Paris para completar a sua formação.
«António Carneiro era um homem místico, melancólico e solitário, carácter a que não seriam alheias as privações e dificuldades de toda a ordem que experimentou», escreveu o Museu Soares dos Reis. «Carregado de interrogações existenciais, encontrou em Paris, nesse fin-de-siècle de grandes reflexões e crise espiritual, o meio ideal para a problematização das suas questões». Pintor sobretudo de retratos e de paisagens, conquistou vários prémios – mas ficaria indelevelmente marcado pela morte da filha em 1925.