A Build Your Dreams (BYD) é um dos maiores fabricantes de automóveis elétricos do mundo e entrou no mercado nacional com modelos bem equipados e que aliam performances com um bom desempenho ambiental. O familiar compacto Dolphin faz parte dessa ofensiva e apresenta-se com uma imagem moderna, onde sobressaem as linhas fluídas, a faixa dianteira luminosa de LED que une os grupos óticos e uma pintura com duas tonalidades. As jantes de liga leve de 17 polegadas tricolores compõem o arranjo final.
O interior inspira-se nos temas marinhos e tem um aspeto bastante sólido. Encontramos um tablier em forma de onda e puxadores das portas semelhantes à barbatana de um golfinho. A qualidade dos materiais é mediana, com plásticos duros nos painéis das portas e tablier, neste aspeto não difere muito do que fazem as marcas europeias. A habitabilidade deste familiar compacto é muito satisfatória, os lugares traseiros acolhem dois adultos sem problema, já o lugar do meio é menos confortável. Existem vários compartimentos para guardar objetos de diferentes tamanhos. A capacidade de mala é de 345 litros na configuração normal, um valor que fica abaixo de alguns rivais. Rebatendo os bancos traseiros o volume aumenta para 1.310 litros, o aspeto menos bom é ser funda, o que dificulta a colocação de bagagem mais pesada.
O equipamento da versão Design incluiu ecrã tátil rotativo de 12,8 polegadas com internet e serviços Cloud, amplo teto panorâmico, vidros traseiros escurecidos, bancos dianteiros elétricos e aquecidos, carregador wireless smartphone. Em termos de ajuda ao condutor, podemos referir o Smart key (entrada e ignição sem chave), câmaras de 360º, travão de estacionamento elétrico, cruise control adaptativo, assistente de manutenção na faixa de rodagem, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sistema de travagem automática e reconhecimento de sinais de trânsito com um incomodativo alerta sonoro. A solução passa por cumprir os limites de velocidade, o que nem sempre é fácil.
Este modelo tem por base a e-Platform 3.0 – é o primeiro sistema integrado de propulsão elétrica que interliga todos os componentes elétricos, sistemas de gestão e bateria. O motor elétrico de 204 cv e 310 Nm é alimentado por uma bateria de 60,4 kWh desenvolvida pela BYD e passa a potência às rodas dianteiras. A potência é mais do que suficiente para a utilização a que se destina e garante performances aceitáveis: velocidade máxima de 160 km/h e 0-100 km/h em 7 segundos. Em relação ao consumo de energia, registámos uma média de 18 kWh/100 km num percurso misto em cidade e estradas secundárias, o que permite fazer 350 km com uma única carga. Em autoestrada, o consumo de energia subiu para 20,9 kWh/100 km. Em qualquer dos casos, a autonomia é bastante boa para um modelo deste segmento.
O Dolphin vem de série com carregador de 11kW em corrente alterna que demora seis horas a carregar na totalidade. Se optarmos pelo carregamento rápido de 88 kW em corrente contínua, bastam 28 minutos para recarregar a bateria de 30% a 80% da sua capacidade. O sistema elétrico do Dolphin tem uma particularidade interessante é que pode ser usado como fonte de energia para outras finalidades como, por exemplo, um computador ou um secador, basta ligar à tomada de reabastecimento do carro.
A posição de condução é correta, os bancos dianteiros são bastante confortáveis, e os principais comandos principais estão integrados no volante, na consola central e entre os bancos dianteiros. O condutor pode escolher entre quatro modos de condução (Eco/Normal/Sport/Neve) e dois níveis de regeneração do sistema de travagem.
Passando a uma avaliação dinâmica, a suspensão macia favorece naturalmente o conforto, isso é bem percetível no mau piso. Em contrapartida, quando aumentamos o ritmo e a estrada se torna mais sinuosa ou ondulada o comportamento dinâmico é influenciado pela inclinação da carroçaria e torna-se necessário baixar o andamento. A dinâmica não é o ponto forte do Dolphin, por essa razão os dispositivos de segurança ativa atuam à menor reação do carro para garantir viagens seguras. A direção é demasiado leve em estrada e isso não permite compreender bem as reações do chassis. Fica bem melhor quando ativamos o modo de condução Sport. A travagem é fácil de dosear e cumpre bem a sua missão.
O BYD Dolphin recebeu a classificação máxima de cinco estrelas nos testes do Euro NCAP, isso foi conseguido graças a uma plataforma moderna, a uma estrutura que absorve a energia em caso de colisão e aos dispositivos de segurança que garantem a proteção dos ocupantes.
O Dolphin Design é a versão topo de gama e custa 37.690, um preço competitivo tendo em conta o equipamento generoso, a potência do motor elétrico e a autonomia.