A colheita de Pêra Rocha deverá ultrapassar este ano as 115 mil toneladas, um aumento em relação ao ano passado. Ainda assim, de acordo com a Associação Nacional de Produtores, abaixo da produção normal para o país.
Depois de “dois anos com quebras muito significativas de produção” a estimativa para a colheita 2024 é de que “em relação a um ano normal continua a haver quebra, mas a campanha poderá resultar na apanha de “mais cerca de 15 toneladas do fruto”, aponta o presidente da Associação Nacional de Produtores de Pêra (ANP).
“Se tudo correr bem até à colheita” a campanha, que no ano passado rondou 100 mil toneladas de pera, poderá este ano chegar às 115 mil toneladas, estimou Filipe Ribeiro, citado pela agência Lusa.
O responsável pela ANP lembra que “imponderáveis” como os registados nos últimos anos, entre os quais as doenças (sobretudo o fogo bacteriano) e um “escaldão solar”, poderão gorar as expetativas dos produtores.
À semelhança dos dois últimos anos, em que, apesar da quebra de produção, em termos de vendas “se conseguiu evitar uma tragédia para os produtores”, a ANP está convicta de que este ano se registará “um aumento das exportações”.
As vendas ao exterior têm gerado receitas anuais na ordem dos 85 milhões de euros, com a pêra nacional a ser exportada para 20 países, com três destinos a ocupar o pódio: Europa (50%), Marrocos (20%) e Brasil (20%).
Portugal, segundo o Recenseamento Agrícola do INE de 2019, tem 11.297 hectares dedicados ao cultivo de pereiras, dos quais 84% estão concentrados da região Oeste, abrangendo 2.158 explorações agrícolas.
Nos últimos 12 anos, a produção média foi de 174.286 toneladas anuais, das quais 60% são destinadas à exportação. O potencial produtivo ronda as 200.000 toneladas.