Nissan Ariya, um estradista de encher a vista

O primeiro crossover 100% elétrico da Nissan destaca-se pela imagem, tecnologia e vocação para grandes viagens.

O Ariya é o mais recente exemplo da nova linguagem de estilo da Nissan. Este modelo facilmente chama a atenção pelas linhas elegantes e apreciáveis dimensões. A seção dianteira muito fluída, o capot esculpido, a grelha em preto carenada e as finas óticas e as luzes diurnas, que se prolongarem pela lateral, são os aspetos mais marcantes da nova geração Nissan, que ganha maior presença com as belas jantes de liga leve de 19 polegadas.

Quando passamos para o habitáculo confirmamos que estamos perante um modelo distinto. É bastante espaçoso, tem qualidade e usa e abusa da tecnologia. O interior é um autêntico salão rolante, onde cinco adultos viajam sem problema, já que o espaço para as pernas e em altura é mais do que suficiente. A sensação de espaço deve-se também ao facto de o piso ser plano e sem túnel de transmissão. Para muitos é também um momento especial conviver com tantos comandos touch para controlar várias funções do carro; é tudo tátil e intuitivo, sobressaindo os comandos na madeira decorativa da consola central. Os materiais usados são de qualidade, o que reforça a sensação de bem-estar a bordo. Já a capacidade de bagageira (468 litros) está longe de ser a referência da categoria, mas ainda assim corresponde minimamente às necessidades familiares.

O equipamento da versão Advance compreende bancos dianteiros em pele sintética e tecido com ajuste elétrico e aquecimento, volante em pele aquecido, teto de abrir panorâmico, faróis de LED, sensores de luz e chuva, porta da bagageira com sistema mãos-livres e carregador sem fios para smartphones. Está ainda disponível o sistema multimédia compatível com Android Auto e Apple CarPlay, que inclui sistema de navegação com ecrã de 12,3 polegadas.

O Ariya vem equipado de série com inúmeras ajudas à condução, com destaque para o controlo de estabilidade, cruise control adaptativo com limitador de velocidade, sistema anticolisão frontal com deteção de peões, ciclistas e assistência em cruzamentos, travagem em marcha atrás com deteção de movimento, aviso luminoso de deteção de ângulo morto, sistema interventivo de manutenção na faixa de rodagem e alerta de saída da faixa de rodagem, reconhecimento de sinais de trânsito, assistente de arranque em plano inclinado e câmera 360º com deteção de objetos em movimento. A exemplo de outros modelos Nissan, está equipado com o e-Pedal, sistema que reforça a importância do pedal de acelerador e minimiza o uso do travão, sobretudo quando selecionamos a posição B da regeneração elétrica. Ao aliviar o acelerador dá-se o processo de travagem regenerativa e quando se liberta por completo o acelerador o sistema regenerativo trava o automóvel. Importa salientar que o e-Pedal é útil, mas isso não significa prescindir do travão.

O motor elétrico de 218 cv (160 kW) e binário máximo de 300 Nm é alimentado por uma bateria de 63 kWh. Segundo a marca, o consumo de energia é de 17,7 kWh/100 km, o que dá uma autonomia de 403 km em condições ideais de utilização. Contudo, numa utilização normal em estradas secundárias, cidade e alguns quilómetros em autoestrada o consumo é superior, com valores que oscilam entre os 15,9 kWh e os 19,5 kWh por cada 100 km. O carregador de série de 22 kW permite carregar a bateria em corrente alterna em três horas e meia, com uma corrente contínua de 130 kW bastam 28 minutos para recarregar a bateria entre 20 e 80 %.


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A experiência de condução deste crossover 100% elétrico é bastante interessante. Existem três programas de condução: Standard, Eco e Sport, e é fácil perceber as diferenças. O modo Standard é o indicado para uma utilização quotidiana, já o Eco melhora o consumo de energia, mas tira fulgor na aceleração. Em contrapartida, se usarmos o Sport temos uma resposta rápida e sentimos bem a força do motor que leva o Ariya aos 160 km/h e permite fazer 0-100 km/h em 7,5 segundos, vale a pena experimentar.

A suspensão está calibrada para privilegiar o conforto, isso é particularmente evidente em mau piso. Só que essa opção acaba por condicionar o comportamento em zonas de curvas encadeadas e em curvas de muito apoio, onde sentimos o balancear da carroçaria sempre que se anda um pouco mais depressa. A direção é assertiva e o tato com o travão é correto, mas nas solicitações mais fortes o pedal não dá o melhor feeling.

O Nissan Ariya tem argumentos para conquistar novos clientes num segmento extremamente concorrido. O facto de a marca ter feito uma baixa de preço de 4.000 euros em toda a gama aumenta ainda mais a sua competitividade. A versão Advance custa 45.250 euros e é uma proposta bastante interessante pela relação preço/equipamento.