O Sindicato Nacional da Policia (SINAPOL) adiantou, esta quinta-feira, que não vai participar na manifestação marcada pelo Chega, junto ao Parlamento.
O presidente do SINAPOL, Armando Ferreira, em declarações à SIC Notícias, explicou que os sindicatos “demarcaram-se, porque um sindicato responsável não se pode misturar em ações políticas e nós temos que saber separar o que é político-sindical do que é político-partidário”, acrescentando que “o Chega tem as suas razões e é livre de o fazer, mas os polícias também são livres de poderem estar ou não estar”.
O dirigente sindical reconheceu que os sindicatos que têm maior representatividade, “aqueles que têm mais responsabilidade”, não estarão presentes, mas também não é uma questão de estarem contra. Apenas mantêm a “distancia”.
No caso dos movimentos inorgânicos, Armando Ferreira entende que estes são, muitas vezes, “alimentados pelos próprios governos, que, sucessivamente, têm ignorado os alertas dos sindicatos”.
“Nós somos uma carreira especial, mas depois de especial, a única coisa que temos são os deveres. Os direitos não os temos”, alertou.
A declaração do primeiro-ministro, no entender do presidente do SINAPOL, foi “incendiária” e “mal calculada”, sendo que na sexta-feira “vamos ter reunião com o Grupo Parlamentar do Partido Socialista, que será uma das reuniões mais importantes também para nós e, de facto, começamos a ver que a solução para todo este problema está a por via parlamentar, porque por via governativa, não vamos lá”.
A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, convocou sindicatos da polícia para reuniões no dia 9 de julho, mas Armando Ferreira disse que as declarações de Luís Montenegro deixaram a dúvida no ar se vão “lá fazer alguma coisa”.
“Será que há razão para lá irmos? Ainda estamos a pensar se vamos ou não. Resta saber qual é o sinal que o Governo vai dar até lá”, rematou.