O líder do FPO (Partido da Liberdade) da Austria, Herbert Kickl, reuniu em Viena com Viktor Orban, primeiro-ministro da Hungria e presidente do Fidezs, e Andrej Babis, ex-primeiro-ministro da República Checa e líder do Ano 2011 (Ação dos Cidadãos Desiludidos). Os três partidos venceram folgadamente as eleições europeias nos seus países, elegendo respetivamente seis, 11 e sete eurodeputados. Os austríacos faziam parte do Grupo ID (Independência e Democracia), os checos abandonaram o Grupo Renew (Liberais) e os Húngaros estavam nos NI (Não Inscritos).
Nessa reunião, anunciaram a criação de um novo Grupo no Parlamento Europeu, denominado Patriotas pela Europa, a que se seguirá a criação de um novo Partido Político Europeu com o mesmo nome. Segundo as primeiras projeções, tal grupo já dispõe de 80 eurodeputados, estando a receber novas solicitações de independentes e mesmo de partidos atualmente noutros grupos parlamentares que aguardavam se este novo Grupo se concretizava ou não. O grupo englobará todos os partidos do ID, entre os quais o Chega, exceto o SPD checo (Liberdade e Democracia Direta, que elegeu 1 deputado), sendo que a maior delegação nacional será a dos franceses do Rassemblement National de Marine le Pen, com 30 eurodeputados. De qualquer modo, os Patriotas pela Europa, desde a sua estreia, ultrapassam em dimensão os Liberais (que têm 75), assegurando a quarta posição, havendo a expetativa de ver se conseguem ou não passar para terceiro, lugar atualmente detido pelo ECR (Conservadores e Reformistas) com 83.
No Conselho Europeu, o novo grupo terá dois primeiros-ministros, o holandês (indigitado pelo PVV) e o húngaro, sendo que Viktor Orban desempenha desde segunda- feira a presidência rotativa do Conselho da União Europeia e é, de longe, o decano dos chefes de Estado e de Governo. A manterem-se estes resultados e as sondagens consistentes, depois das eleições legislativas em setembro na Áustria e em outubro na Chéquia, os Patriotas pela Europa poderão ter quatro primeiros-ministros no Conselho Europeu, igualando mesmo no outono os socialistas, que também têm quatro. E isto sem contar que o futuro primeiro-ministro francês pode também ser desta nova família política, mas no Conselho Europeu é o Presidente da República quem representa a França.
A Europa está em mudança.