O número de casamentos infantis em 2023 aumentou 10% depois da escalada do conflito em Cabo Delgado, Moçambique. As raparigas estão a ser forçadas a casar com membros de grupos terroristas.
A denúncia é da organização Save the Children, que receia que os «números estejam a aumentar ainda mais à medida que o conflito impede as crianças de receberem a proteção e o apoio necessários». Segundo a ONG, «cada vez mais crianças manifestam a preocupação de que isto lhes possa acontecer» quando o conflito está quase no oitavo ano
Segundo as crianças locais, os casamentos infantis têm aumentado, assim como as gravidezes na adolescência. Um aumento que se deve ao rapto de raparigas que são forçadas a casar com membros de grupos terroristas e também à procura do dote por parte dos familiares. Estes são compensados monetariamente pelos raptos e o dinheiro é usado para alimentar a família, uma vez que o «conflito reduziu rendimentos».
Ausência da escola
As crianças disseram ainda que «algumas práticas e tradições culturais também estão a alimentar o aumento dos casamentos prematuros».
As raparigas jovens casadas têm muito menos probabilidades de permanecerem na escola e correm maior risco de sofrerem violência física e sexual, sendo que também correm um maior risco de sofrerem complicações durante a gravidez e o parto.