Igreja alemã participa em parada gay de Colónia

O deão da catedral de Colónia, a mais rica da Alemanha, vai participar numa palestra cujo tema é “Deus vai ao encontro dos gays”. Conservadores reprovam.

É mais uma acha para a fogueira que tanto divide a Igreja Católica entre progressistas e conservadores. A Igreja alemã tem estado na linha da frente exigindo mudanças, que passam pelo casamento dos padres, a ordenação de mulheres, os mesmos direitos para recasados, bem como para os homossexuais, mas ninguém tinha ido tão longe na divisão da Igreja, que muitos acreditam que poderá acabar num cisma, optando uma parte por se separar de Roma, não obedecendo ao Papa.

A diocese de Colónia, a mais rica do país, decidiu que o seu deão – numa linguagem mais coloquial podemos traduzir por chefe de equipa de um conjunto de cónegos – deve participar nesta edição do festival de orgulho gay, a Cologne Pride. Segundo o site Athosgls.com.br, Robert Kleine, o deão de Colónia, participará numa palestra do festival, com o lema “Deus vai ao encontro dos gays”. O lema desta edição é “Pelos direitos humanos._Muitos. Junto. Fortes!” e Robert Kleine entende que “cada pessoa deveria ser capaz de viver com a sua própria identidade e experimentar a felicidade que Deus deseja para nós como humanos”. O coro juvenil St. Stephan também entrará na parada gay cantando música sacra, além de canções pop. Como seria de esperar, esta abertura não é bem vista por todos na Igreja portuguesa. Um teólogo ouvido pelo i lamenta que a Igreja alemã entre no “festival de exibicionismo, que nada tem a ver com os direitos homossexuais”. Recorde-se que são esperados mais de um milhão de participantes no desfile de dia 21. Já outro teólogo lembra que a Igreja alemã é o terceiro ou quarto empregador do país, e como perdeu muitas receitas, leia-se fiéis que declaram no IRS local o imposto que querem descontar para a Igreja, precisa de abrir as portas com o objetivo de ter mais dinheiro. “É um disparate completo, pois não será dessa forma que terão mais verbas. Se olharmos para aquilo que tem sido o caminho sinodal alemão, percebemos que esta mentalidade está um bocado difundida. Toda a Igreja alemã está um bocado vulnerável em relação à mentalidade dominante, porque quer tornar-se aceitável para poder continuar a subsistir”. Aguarda-se agora pela posição do Dicastério da Fé do_Vaticano, mas a polémica está lançada.