Nada como o pânico revelado pela oligarquia centrista para que possamos perceber as alterações de fundo a que estamos a assistir no panorama político do Ocidente euro-americano. Um ajuste de placas tectónicas políticas com dois epicentros, França e Estados Unidos.
Biden, o campeão da casta no combate contra o ‘ultra-vilão’ Trump mostrou o que valia no debate da CNN de há uns dias. Nada. Um robot desarticulado e com a bateria em fim de vida. Aqueles que há quatro anos o sustentavam em pé sabiam muito bem o que ali estava. Nunca pensaram foi numa tão aparatosa desarticulação quase no fim da linha. O morto-vivo que eles tentavam manter tant mal que bien entrou em curto-circuito e falhou a meta da chegada ao dia das eleições por alguns metros. Os grandes meios de informação ditos de ‘referência’ e que tentavam esconder o verdadeiro estado do títere da oligarquia fingiram uma enorme surpresa e rasgaram as vestes. Como se não estivessem fartos de saber. E agora? Agora Trump, o odiado líder dos ‘deploráveis’, aqueles que foram arruinados pelos oligarcas da banca da Costa Leste e pelas tecnológicas e farmacêuticas das califórnias da vida ele Trump tem, mais do que nunca, condições para ganhar em novembro. No bolso, leva as faturas da América profunda arruinada. E os oligarcas sabem bem quem vai ter de as pagar. Ironia do destino: o desastre ter-se passado na CNN, a prestável mensageira da casta. Uma catástrofe que apenas veio acelerar uma mudança que já há anos se tinha feito sentir.
Do lado de cá do Atlântico, a casta radical-centrista enfrenta uma catástrofe de dimensões semelhantes. As eleições para o Parlamento Europeu fizeram ruir o cenário, já desbotado, mas que ainda enganava alguns idiotas úteis, que se erguia entre o palco onde se pavoneavam os oligarcas centristas e os bastidores, cada vez mais profundos, onde se apinhava o povo. Esse povo foi ordeiramente votar e ordeiramente apontou a porta de saída aos perfumados atores. Fartos de serem números em infindáveis e labirínticos regulamentos, europeus e franceses em especial foram às urnas para recuperar as suas raízes, o seu bem estar, as suas fronteiras e a sua segurança. Recuperar a sua liberdade de viver, de criar, de respirar e de poderem voltar a ser quem eram. Queriam ser livres. Esse terramoto que abalou a Europa teve o seu epicentro em Paris. Macron, o exemplo acabado do radical-centrista, um banqueiro ilusionista que confundia falar com agir, perorar com criar, defendendo tudo e o seu contrário na mesma hora e no mesmo discurso vê o seu partido perto de se volatilizar e está a pagar, até ao último cêntimo, a conta de sete anos de desgoverno e de cerceamento das liberdades reais dos franceses. O mesmo se diga de Scholtz a outra ponta do eixo franco-alemão. E de todos os outros centristas, um pouco por toda a Europa.
O desespero de comentadores, opinadores, jornalistas e políticos por conta da oligarquia tripartida de Bruxelas e da sua sucursal em Lisboa dá-nos uma ideia da catástrofe que para eles representa o avanço de uma direita conservadora e soberanista. O poder da casta da Comissão e das suas filiais indígenas corre o sério risco de ver regredir a sonhada federação a uma saudável aliança de nações soberanas. Esta reconquista da liberdade terá ainda arranques e recuos. Mas nada mais será como dantes. Graças a Deus.