A Espanha está na final do Campeonato da Europa, onde vai defrontar a Inglaterra – é o destino natural de quem jogou sempre mais e melhor do que os adversários. Uma das estrelas de La Roja é o extremo do Barcelona Lamine Yamal, que, aos 16 anos e 362 dias, se tornou o mais jovem de sempre a marcar numa fase final de um Europeu, e que golo!
«Olhei para a baliza, imaginei que devia colocar a bola ali e consegui», assim mesmo, sem mais delongas. Tudo muito simples e belo que motivou comentários curiosos. «Pára com isso, Lamine Yamal. Está a fazer coisas ilegais, só tem 16 anos…», disse o antigo internacional inglês Rio Ferdinand. Já o capitão do Rayo Vallecano, Óscar Valentín, não poupou nos elogios: «Alguma vez vamos ver algo parecido na história do futebol aos 16 anos? Que barbaridade». Com este registo, ultrapassou Pelé, que tinha marcado com 17 anos e 144 dias, curiosamente também à França, no Mundial da Suécia, em 1958.
Foi eleito o melhor jogador na meia-final frente à França (2-1) e entrou na short list de onde sairá o melhor futebolista do Euro 2024. «O mais importante é que a equipa está na final, nada mais importa», fez questão de sublinhar. O menino de La Masia concretizou o seu grande objetivo que é comemorar o 17.º aniversário durante o Europeu: «Estou muito feliz porque o consegui. O que peço de prenda? Ganhar, ganhar, ganhar». A festa de aniversário é amanhã, mas nada impede que se prolongue até domingo… em Berlim.
Mas a história não fica por aqui. Se defrontar a Inglaterra, supera Renato Sanches (18 anos e 328 dias) como o mais jovem a disputar uma final de um Campeonato da Europa e, se marcar, ultrapassa o italiano Pietro Anastasi (20 anos e 64 dias) como o mais jovem a marcar na partida decisiva.
Lamine Yamal fez toda a formação em La Masia, um viveiro de grandes jogadores, por onde passou Lionel Messi. Segundo alguns técnicos, aos 16 anos, faz coisas que Messi não fazia aos 18. Lamine Yamal já tinha mostrado o seu talento no Barcelona e foi eleito o Golden Boy 2024. A explosão futebolística do extremo do Barcelona e um eventual triunfo da Espanha no Europeu colocam-no como um dos candidatos a ganhar a Bola de Ouro. Não seria a primeira vez que uma grande atuação numa competição de seleções bastava para ganhar esse prémio. Tem contrato até junho de 2026 e uma cláusula de rescisão de mil milhões de euros. O valor de mercado antes do Euro 2024 era de 90 milhões de euros, com as exibições realizadas o valor disparou.
A seleção espanhola tem outro tremendo jogador que é o extremo Nico Williams, de 21 anos, que deve reforçar o Barcelona na próxima época. Com Yamal do lado direito e Williams no corredor esquerdo, a equipa catalã será um verdadeiro festival de bom futebol com uma espécie de jogadores que parecia desaparecida dos relvados por imposição das táticas coletivas. Mas, curiosamente, a seleção mais jovem deste Europeu era a República Checa, com uma média de idades de 25,5 anos, a Espanha e Portugal ocupavam a 10.ª posição, com uma média de idades de 27 anos.
Prémio de milhões
O Euro 2024 está a terminar e é a altura de fazer algumas contas. A UEFA vai distribuir um total de 331 milhões de euros pelas 24 seleções, de acordo com o desempenho desportivo. Só pela participação, cada seleção recebe 9,25 milhões de euros. Depois, tudo depende dos jogos.
A seleção que vencer a final de domingo (Espanha ou Inglaterra) vai receber um total de 28,25 milhões de euros porque fez o pleno de vitórias na fase de grupos. A equipa vice-campeã recebe menos três milhões de euros. A França colocou ponto final na contabilidade portuguesa nos quartos de final, mesmo assim Portugal vai receber 15,25 milhões de euros pela participação no Euro 2024.
Para pagar estes chorudos prémios, a UEFA recorre às receitas relacionadas com os direitos de transmissão (60%), outros direitos comerciais (24%) e bilhética (12%). A estes prémios junta-se o custo do evento estimando em 645,5 milhões de euros, mesmo assim a UEFA prevê que o Euro 2024 dê um lucro de 1,76 mil milhões de euros, que serão distribuídos pelas associações participantes e em contributos para o futebol