A ofensiva da DS Automobiles consiste em oferecer uma gama de modelos capaz de responder às necessidades dos clientes do segmento premium e há propostas bem interessantes como é o caso do DS 7. A linguagem de estilo muito própria deste modelo assenta em linhas direitas, resultando num SUV com uma presença robusta, sendo de destacar a imponente grelha, as inconfundíveis assinaturas luminosas na dianteira e traseira e as novas luzes diurnas na vertical, que são um sinal distintivo, tal como as bonitas jantes de liga leve Brooklyn de 21 polegadas.
A relação entre o automóvel e os passageiros deve ser adequada ao segmento onde se insere. No caso do DS 7, estamos a falar de um habitáculo espaçoso, confortável e requintado. O interior é um verdadeiro salão, onde três adultos viajam comodamente no banco traseiro. Num ambiente acolhedor sobressaem pormenores diferenciadores como o botão Start na parte superior do tablier, o icónico relógio BRM, que se eleva quando colocamos o motor a funcionar, e os estilizados comandos dos vidros elétricos entre os bancos dianteiros. O habitáculo tem uma apresentação sólida, mas no que diz respeito aos materiais usados não chega aos padrões de outras marcas premium, mas não deslustra. A capacidade da bagageira é de 541 litros, que aumenta para 1.752 litros com o rebatimento do banco traseiro, em qualquer dos casos são valores bastante bons para o segmento. De notar que a porta da bagageira tem acionamento elétrico.
O equipamento La Première inclui estofos em couro, bancos dianteiros com regulação elétrica, aquecimento/refrigeração e opções de massagens, teto panorâmico, carregamento de telefone por indução, sistema de navegação, câmera de 360º e sistema de som com 14 altifalantes Focal, entre muito outros elementos. Destaque ainda para o ecrã de 12,3 polegadas no centro do tablier, que possibilita uma boa experiência do sistema multimédia. Uma novidade é o sistema de reconhecimento de voz DS Iris System, que integra a inteligência artificial SoundHound alimentada pelo ChatGPT.
A nível de segurança ativa, destacamos o Active Scan Suspension, composto por uma câmera situada no para-brisas e sensores que verificam o perfil da estrada e enviam esses dados para um computador que atua em tempo real sobre os amortecedores para otimizar o comportamento e conforto segundo três níveis de amortecimento. Outro equipamento de grande importância é a câmara de infravermelhos Night Vision, que analisa a estrada e as suas envolventes para detetar ciclistas, peões e animais a 100 metros de distância. A segurança é incrementada com o Driver Attention Monitoring, capaz de analisar o nível de atenção do condutor através de duas câmeras e com o cruise control adaptativo.
A marca francesa está alinhada com a sustentabilidade, por essa razão o DS 7 E-Tense tem uma motorização híbrida, que alia o motor 1.6 turbo a gasolina (200 cv) com dois motores elétricos – um de 110 cv na dianteira e outro de 113 cv na traseira – que geram uma potência combinada de 360 cv e um binário de 520 Nm. Uma particularidade técnica: quando se circula no modo elétrico é o motor de 113 cv que faz movimentar o DS 7 ao passar a tração às rodas traseiras. As performances são igualmente notáveis: 235 km/h de velocidade máxima e 5,6 s de 0 a 100 km/h. A transmissão da potência é feita através de uma caixa automática de oito velocidades, que pode funcionar também no modo sequencial com as patilhas no volante, essas patilhas servem igualmente para acionar o modo B da regeneração durante a desaceleração.
Os motores elétricos são alimentados por uma bateria de iões de lítio de 14,2 kWh. Esta bateria demora duas horas a carregar com o carregador de 7,4 kW. A autonomia no modo 100% elétrico é de 57 km em condições ideais de utilização, numa condução normal chega aos 46 km. A condução é particularmente interessante pelo silêncio de rolamento e pelas reações vivas sempre que se acelera. Quando a bateria fica a 0% o sistema passa diretamente para o modo híbrido e temos outra dinâmica, com acelerações convincentes e uma sonoridade bem presente no habitáculo. Apesar dos respeitáveis 360 cv, a entrega da potência não é violenta o que ajuda bastante na condução.
O DS7 tem quatro modos de condução: elétrico, híbrido, sport e 4×4. O modo Sport é o mais entusiasmante; a direção fica mais precisa e a transmissão explora o potencial do motor permitindo acelerações vigorosas. No caso da opção 4×4, a potência dos três motores é transmitida às quatro rodas, sendo útil em piso escorregadio e quando aceleramos a fundo à saída das curvas.
O departamento de competição DS Performance fez uma afinação específica do chassis. As vias dianteira e traseira foram alargadas (24 mm e 10 mm, respetivamente), a suspensão rebaixada (15 mm), os discos de travão são maiores (380 mm) e as barras estabilizadoras são diferentes para controlar melhor os movimentos de carroçaria. O DS 7 é muito agradável de conduzir no seu terreno de eleição que são as estradas amplas e rápidas. Quando andamos mais depressa em percursos sinuosos sentimos o carro sempre agarrado à estrada, mas é notório o adornar da carroçaria, o que se pode considerar normal para um SUV com a volumetria do DS 7. A direção é muito assistida a baixa velocidade, ganha consistência à medida que o ritmo aumenta e cumpre bem o seu papel em estrada. A travagem é potente, mas para sentir o sistema a atuar é necessário pressionar com alguma força o pedal do travão. Os consumos dependem naturalmente da forma de conduzir e do percurso. No modo híbrido a média registada foi de 8,8 l/100 km.
O DS 7 é um modelo diferenciado e, por isso, apetecível para uma clientela específica. A versão La Première custa 76.265 euros, mas compensa isso com um vasto equipamento, muita tecnologia e uma potência difícil de encontrar numa categoria onde os construtores alemães costumam dar cartas.