Os 90 dos Nirvana, Mamonas Assassinas e Technotronic

A diversidade de sonoridades, ritmos e estilos ganharam especial destaque com o aparecimento de muitos derivados do que era então conhecido.

Portugal ressurgiu perante o mundo na década de 90 e Lisboa ganhou um novo impulso que não mais pararia até aos dias de hoje, muito por culpa da Expo-98. Em relação à música muito há para contar, cá dentro e lá fora. A diversidade de sonoridades, ritmos e estilos ganharam especial destaque com o aparecimento de muitos derivados do que era então conhecido. Vivíamos a globalização no seu esplendor e mais do que nunca um tema famoso ganhava lastro nas rádios onde as K7s davam lugar aos CD’s que levávamos para a praia nos nossos modernos Discman . Duas variantes do Rock marcaram parte das tendências. Na primeira metade o melancólico Grunge, onde os Nirvana  (Come as You Are) de Kurt Cobain foram referência mas também os Smashing Pumpkins ou os Pearl Jam com Better Man ou Even Flow. Na segunda, o Punk Rock com Offspring e o seu inesquecível  Pretty Fly  (For a White Guy), Green Day When i come around os britânicos Oasis com o êxito Wonderwall, Red Hotels Chili Peppers Californication e tantos outros

Era tal a multiplicidade de estilos que seria difícil referi-los a todos. Não queria deixar de aqui deixar três musicas que me marcaram na minha época de teenager em que lia a revista Bravo e o jornal português Blitz. Santeria dos Sublime de Bradley Nowell, namorado de Gwen Stefany também ela vocalista mas de um outro fenómeno de nome No Doubt (Don´t Speak lembra-se?).  Mr Jones dos Counting Crows e What’s up das 4 Non Blondes que tinha como vocalista uma tal de Linda Perry que é hoje em dia uma das maiores escritoras de música dos EUA, Ariana Grande, PINK, Adele, Christina Aguilera, Alicia Keys e muitos outros podem-no confirmar. No Brasil surgia uma das bandas que mais marcaram a minha geração e que acabaria de forma trágica num acidente de avião. Os Mamonas Assassinas e o seu Vira Vira inspirado na música portuguesa mas também os Skank. Era tempo do Axé se tornar moda com os sucessos da Banda Eva e da Banda Cheiro de Amor.

Foi também nos anos 90 que a Dance Music se tornou mainstream. Pump up the jam do Technotronic, Show me Love de Robin  S. ou  I’ve Been Thinking About you dos London Beat mas também o EuroDance vertente comercial surgida na Europa com Haddaway, Corona, Ace of Base, Vengaboys e Gigi D’Agostino. Era o tempo das Boys e Girls Band (Take That e Spice Girls ).

Na música eletrónica a disseminação da House Music pelas discotecas e o primeiro grande êxito português à escala global, So Get Up dos Underground Sounds of Lisbon (Dj Vibe e Rui da Silva). Continuando em Portugal, Rui Veloso com Não há estrelas no Céu e O prometido é devido e Paulo Gonzo com os Jardins Proibidos  mas também os Cool Hipnoise com Groovie Junkie, os Ornatos Violeta, Pedro Abrunhosa, Mind da Gap e o grande fenómeno da EXPO98 com que iniciei esta crónica, os Silence 4 que puseram Portugal a cantar A Little Respect e Borrow.  Tudo isto enquanto passava na televisão Riscos a primeira série portuguesa para adolescentes. Quem não se lembra?