O salão de Chicago de 1989 foi o palco escolhido pela Mazda para apresentar o modelo “Xperience 5”, que depois viria a ter várias designações: Eunos no Japão, Miata nos EUA e MX-5 na Europa. Estamos a falar de um modelo que comemora 35 anos, e que se tornou um ícone da indústria automóvel mundial. O responsável pela sua conceção inspirou-se em modelos desportivos ingleses como o Triumph Spitfire, MGB e Lotus Elan para desenvolver o roadster japonês, e definiu cinco princípios básicos: ser leve, ter tração traseira, uma repartição de pesos 50/50, ausência de inércia em curva e preço acessível. Além disso, seguiu a filosofia japonesa Jinba-Ittai para criar uma harmonia perfeita entre o condutor e o automóvel. O principal objetivo era o prazer de condução, e isso foi plenamente concebido. Cada nova geração (e foram quatro) trouxe novos avanços, mantendo sempre o espírito leve e ágil que define qualquer Mazda MX-5. Não admira, por isso, que tenham sido vendidas mais de 1,25 milhões de unidades em todo o mundo, das quais 391 mil ficaram na Europa.
O MX- 5 da primeira geração (1989-1997) era um carro que cativava à primeira vista, com os faróis escamoteáveis a serem um elemento diferenciador que fazia inveja a muitos outros desportivos. O habitáculo era austero e o equipamento básico. Estava disponível com duas motorizações: 1.6 (115 cv e 90 cv) e 1.8 (130 cv). Para os puristas da condução foi o modelo mais divertido de conduzir pelas sensações que transmitia, as estradas sinuosas eram o seu terreno favorito. Era tudo em estado natural, não havia quaisquer filtros, leia-se eletrónica, a limitar o andamento. O condutor, ou tinha mãos e a condução era um gozo, com belas derrapagens, ou andava aos papéis e apanhava uns calafrios.
A segunda geração (1998-2005) conservou as linhas arredondadas, mas perdeu os faróis escamoteáveis e passou a ter faróis inseridos na carroçaria, essa alteração foi imposta pela legislação de modo a garantir a segurança dos peões. Manteve o motor 1.6 e o 1.8 viu a potência aumentar para 140 cv. Em 2004, surgiu uma versão mais radical denominada Mazdaspeed, com motor 1.8 turbo de 180 cv que atingia os 204 km/h, destinada ao mercado japonês e americano, que fez bastante sucesso.
A terceira geração (2005-2015) rompe com a imagem original e aparece com um estilo mais moderno. O interior foi igualmente redesenhado e passou a incluir mais equipamento de conforto. Esta geração foi lançada com capota clássica em lona, que recolhia com comando elétrico, e capota rígida hardtop. Foram introduzidas alterações profundas no motor e suspensão. Foi comercializada com duas motorizações diferentes: 2.0 (158 cv) e 1.8 (126 cv). A versão mais potente passou a estar equipada com caixa manual de seis velocidades e, em opção, diferencial de deslizamento limitado.
Look desportivo
A quarta geração foi lançada em 2015 e sofreu algumas alterações este ano de modo a recuperar as origens do MX-5. O model year 2024 continua disponível com capota de lona e capota rígida e ganhou uma imagem agressiva. Os faróis com tecnologia LED têm um novo desenho e há novas composições de cores de carroçaria. O sistema de Infotainment foi otimizado e inclui um ecrã tátil a cores de 8,8 polegadas com uma melhor qualidade de imagem da câmara de visão traseira, e integração do smartphone em modo wireless. O equipamento de segurança compreende o aviso de saída da faixa de rodagem, assistência à travagem de emergência e um novo sistema secundário de mitigação de colisão. Destaque para a introdução do modo DSC-Track e para o novo diferencial de deslizamento limitado assimétrico, estes dois sistemas são fundamentais para otimizar a condução desportiva, o condutor agradece. Existem duas motorizações: 1.5 (132 cv) e 2.0 (155 cv), mas em Portugal apenas está disponível o motor Skyactiv-G 1.5, associado a uma caixa manual de seis velocidades. A versão de entrada atinge os 204 km/h de velocidade máxima e acelera de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos. O MX-5 continua a ser dos automóveis de dois lugares mais desejados e tornou-se um modelo de culto. Não há muito modelos da primeira geração à venda – os que existem custam cerca de 10.000 euros. A geração lançada no início deste ano está à venda a partir dos 35.947 euros (capota em lona) e 38.447 euros € (capota rígida), ou seja, continua a ter a melhor relação preço/prazer de condução do mercado dos roadsters.