O BCP registou um resultado líquido de 485,3 milhões no primeiro semestre de 2024, representando um aumento de 14,7% face ao período homólogo. Só a atividade em Portugal pesou um 411 milhões nos primeiros seis meses, correspondendo a um aumento de 16,2% em relação a igual período do ano passado.
Já o Bank Millennium, operação na Polónia, registou um resultado líquido de 82,8 milhões, apesar dos encargos de 3761 milhões associados à carteira de créditos hipotecários CHF (dos quais 237,82 milhões de provisões) e dos custos relacionados com a prorrogação das moratórias de créditos hipotecários em zlótis que ascenderam a 46,63 milhões.
Em Moçambique, o Millennium bim obteve um resultado líquido de 46,8 milhões nos primeiros seis meses do ano.
“Para o crescimento do resultado líquido do grupo face ao primeiro semestre de 2023 contribuiu, em larga medida, a evolução favorável das imparidades e provisões e, apesar de menos expressivo, também o crescimento dos proveitos core. Estes impactos positivos foram, no entanto, atenuados pelo aumento dos custos operacionais e pelo registo, no segundo trimestre de 2024, do custo com credit holidays na subsidiária polaca, na sequência da prorrogação das moratórias de crédito hipotecário denominado em zlótis”, diz o banco liderado por Miguel Maya que acrescenta que “as outras imparidades e provisões contribuíram decisivamente para o desempenho do resultado líquido do grupo ao diminuir 110 milhões de euros no último ano, fixando-se em 292,9 milhões de euros no final do primeiro semestre de 2024”.
A margem financeira do grupo ascendeu a 1397,5 milhões de euros, crescendo 1,7% face aos 1374,4 milhões de euros apurados no mesmo período do ano anterior, com esta evolução a ser determinada pelo desempenho da atividade internacional. Já na atividade em Portugal, a margem financeira totalizou 673,3 milhões de euros, apresentando uma redução de 4,8% face aos 707,5 milhões de euros apurados no primeiro semestre de 2023.
As comissões líquidas totalizaram 396 milhões de euros, apresentando um crescimento de 2,3% face aos 387 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior, beneficiando do desempenho favorável quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional. “Em termos consolidados, o desempenho favorável das comissões líquidas decorreu essencialmente do crescimento das comissões relacionadas com os mercados financeiros, tendo as comissões bancárias permanecido num patamar idêntico ao verificado no semestre homólogo do ano anterior”, explica a instituição financeira.
No final do primeiro semestre do ano corrente as comissões bancárias ascenderam a 334,8 milhões de euros, em linha (+0,1%) com o montante apurado no semestre homólogo de 2023, enquanto as comissões relacionadas com os mercados financeiros totalizaram 61,3 milhões de euros, aumentando 8,5 milhões de euros (+16,1%) no mesmo período. Na atividade em Portugal, as comissões líquidas cresceram 2% face aos 280,2 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2023, ascendendo a 286,0 milhões de euros no final do primeiro semestre do ano corrente.
Os custos operacionais totalizaram 619,4 milhões de euros, situando-se 10,3% acima dos 561,5 milhões de euros apurados no semestre homólogo do ano anterior, refletindo sobretudo o desempenho da atividade internacional. “Não obstante a gestão disciplinada dos custos preconizada pelo grupo, os custos operacionais na atividade internacional aumentaram 19,0% face aos 254,7 milhões de euros contabilizados no primeiro semestre de 2023, totalizando 303,1 milhões de euros no final de junho de 2024, enquanto que na atividade em Portugal o aumento dos custos operacionais foi de 3,1%, no mesmo período, de 306,8 milhões de euros para 316,3 milhões de euros”, salienta.
No entanto, a instituição financeira refere que estes montantes não excluem o impacto dos itens específicos reconhecidos em cada um dos períodos, em custos com o pessoal na atividade em Portugal (impacto negativo de 2,2 milhões de euros no primeiro semestre de 2024 e impacto também negativo no montante de 11,6 milhões de euros no primeiro semestre de 2023). “Excluindo os itens específicos, os custos operacionais do Grupo cifraram-se em 617,2 milhões de euros, situando-se 12,2% acima dos 549,9 milhões de euros contabilizados no período homólogo do ano anterior”, referindo que “este desempenho decorreu maioritariamente do aumento dos custos com o pessoal (+13,9%, +41,2 milhões de euros), mas também dos outros gastos administrativos (+12,8%, +23,6 milhões de euros), em ambos os casos mais expressivo na atividade internacional”.
Só os custos com o pessoal totalizaram 339,7 milhões de euros, situando-se 10,3% acima dos 308,0 milhões de euros contabilizados no mesmo período do ano anterior. Após a implementação do plano de ajustamento do quadro de pessoal que o banco levou a cabo em 2021, o número de colaboradores na atividade em Portugal tem permanecido estável, fixando-se em 6.274 colaboradores no final de junho, com mais 18 do que em 30 de junho de 2023, “continuando o banco a responder às necessidades atuais através da contratação de novos colaboradores com competências específicas, nomeadamente no digital, novas tecnologias e áreas de controlo interno”.
Já as dotações para imparidade do crédito (líquidas de recuperações) totalizaram 97 milhões de euros, correspondendo a uma redução de 33,3% face aos 145,5 milhões de euros contabilizados no mesmo período do ano anterior, refletindo maioritariamente a evolução favorável registada na atividade em Portugal, cujo impacto foi ligeiramente atenuado pelo aumento registado na atividade internacional. “Com efeito, na atividade em Portugal, as dotações para a imparidade do crédito (líquida de recuperações) situaram-se 48,5% abaixo dos 106 milhões de euros reconhecidos no primeiro semestre de 2023, ascendendo a 54,5 milhões de euros no final de junho de 2024. Esta redução reflete em larga medida a reversão de imparidades ocorrida no segundo trimestre do ano corrente”, explica o banco.