Daft Punk e os clássicos de House do princípio do século

One More Time do duo francês Daft Punk ficará para sempre na memória dos que viveram essa época mas muitas outras fizeram história.

Se o Verão português é sinónimo de Algarve, as noites quentes e as festas sempre andaram de braço dado com a praia e os mergulhos no mar. Foi no princípio deste século que nesta região do país assistimos ao apogeu de uma forma de estar que conjugava a diversão e o descanso.

É incrível olhar para trás e relembrar a diversidade e a qualidade de espaços, géneros musicais e públicos que atraíam gente de todas as idades e espetros sociais. A House music assumia-se como estilo que puxava as pessoas para a pista de dança e que criava momentos únicos de magia e pura diversão. Das noites temáticas aos grandes djs mundiais que se tornavam os grandes mobilizadores da diversão noturna, da mítica Casa do Castelo à Locomia, do T-Club à Kadoc, do Capitulo ao Klub, havia escolha para todos os gostos.

As pessoas saíam com vontade de viver e as músicas a que hoje chamamos de House Classics eternizavam-se ao ponto de ainda hoje serem escolhidas para animar discotecas um pouco por todo o Mundo.

One More Time do duo francês Daft Punk ficará para sempre na memória dos que viveram essa época mas muitas outras fizeram história. Music Sounds Better With You, lançada em 99 pelos Stardust, Lady Modjo, My Feeling Kick’n Deep, Turn Around Phats & Small, Lola’s Theme dos The Shapeshifters, The Weekend de Michael Gray, Call on Me de Eric Prydz, My, my, my Arman Van Helden ou I like the way dos BodyRockers são músicas que deve ter sempre na sua pen se tem mais de 40 anos e quiser relembrar esses tempos de juventude em que a lua se parecia colar ao sol e os dias não tinham fim.

Por cá apareciam cada vez mais djs embalados pela notoriedade e pela projeção que dava a cabine de uma discoteca. Realço duas músicas que deram muito que falar, a internacionalmente conhecida Touch me ( in the morning) do Rui da Silva e uma que se fartou de ser consumida internamente, Celebration dos Loto.

Os djs tornavam-se assim autênticas pop stars como foi o caso de Fatboy Slim ou de Bob Sinclar. Em 2000 era lançada uma das grandes coletâneas desse tempo que ainda hoje guardo em casa. A Night at the Playboy Mansion misturada por Dimitri From Paris.

Mas nem só de música eletrónica se fez este tempo, também o indie rock bem como a música rap outrora pertencente às ruas e aos guetos tiveram o seu lugar.

O hip hop e o R&B ganhavam força à escala global e tornavam-se atração trazendo para o grande público alguns estilos antigamente marginalizados. Aquela que é considerada por muitos como uma das vozes femininas mais poderosas de sempre (Amy Winehouse) lançava Help Yourself, Beyoncé Crazy in love e os Gorilazz Feel Good Inc.

Foi também por esta altura que se deram a conhecer os Coldplay com a música Yellow do álbum Parachutes, banda que viria a marcar este século até aos dias de hoje. Em Portugal ouvia-se If you give up dos Hands on Approach, Feeling Alive da banda de indie pop os Gomo e os Humanos eram constituídos para dar corpo a diversos temas inéditos de António Variações.