O legado de Francisco

Francisco deixou uma marca indelével no nosso concelho, criando um ambiente de união e espiritualidade que perdurará na memória de todos.

Fez no sábado, dia 3 de agosto, um ano desde que o Papa Francisco passou por Cascais. Uma das memórias mais marcantes que guardarei enquanto presidente da Câmara.

O ponto alto da Jornada Mundial da Juventude numa semana em que Cascais recebeu milhares de jovens peregrinos de todo o mundo. Tudo pela fé.

 Já aqui tive a oportunidade de partilhar o sentimento inexplicável do que foi participar na união entre diferentes culturas e crenças, observar a criação de um mural com 3,5 km, o maior do mundo, pintado por cerca de 3500 pessoas. O maior símbolo da diversidade e inclusão alguma vez feito em Cascais.

Desde o primeiro minuto que a vontade de fazer perdurar a alegria, a energia positiva e a constante renovação da esperança esteve presente na estratégia de Cascais.

 Foi assim que chegámos às nove réplicas do mural, cujo projeto tive o privilégio de mostrar pessoalmente ao Santo Padre, espalhadas pelas várias paróquias do concelho. Já colocadas, marcarão para sempre o espaço público como símbolo da fraternidade, da compaixão e da re-humanização.

Mas para que este momento mágico acontecesse em Cascais, contámos com a energia e o trabalho de uma grande equipa. A colaboração entre a Câmara Municipal, forças de segurança, entidades religiosas, movimento associativo, escolas, famílias e voluntários foi crucial para o sucesso do evento. Um esforço conjunto que fortaleceu os laços comunitários e demonstrou a nossa capacidade de trabalho em equipa.

O impacto económico foi significativo. Quer com o aumento do turismo, assim como na visibilidade internacional do concelho. No entanto, o legado mais valioso foi, sem dúvida, o fortalecimento do espírito de comunidade e coesão social.

Do lado da autarquia houve também investimento. Era fundamental existir apoio para que tudo isto se concretizasse. Sempre defendi que o mesmo deveria ser feito em algo que não só marcasse a história de Cascais e dos Cascalenses mas também que pudesse ser ‘devolvido’ à comunidade. Algo palpável, que perdurasse no tempo.

Assim aconteceu. Apoiámos a aquisição de todos os paramentos para mais de 12 mil bispos, padres e cardeais que celebraram e acompanharam as dezenas de missas que ocorreram durante aquela semana de agosto. Entre eles, incluem-se os paramentos do Santo Padre, que estarão disponíveis a partir de amanhã no Museu da Vila, convidando todos os leitores a visitá-lo.

Será uma oportunidade única para os visitantes verem detalhadamente os paramentos papais, que simbolizam não apenas a relevância religiosa do acontecimento, mas também a sua significância cultural e histórica para a comunidade local.

 Francisco deixou uma marca indelével no nosso concelho, criando um ambiente de união e espiritualidade que perdurará na memória de todos.

A sua visita foi um momento de grande significado espiritual para Cascais – e, arrisco dizer, para o país.

Inspirados pela encíclica Laudato Si, que nos chama a cuidar da nossa casa comum e a promover a justiça social, vemos na visita do Papa Francisco um exemplo vivo dessa mensagem. A encíclica destaca a interconexão entre a ecologia e a justiça social, e o legado do Santo Padre em Cascais reflete esses valores, promovendo a união, a solidariedade e a esperança.

E é com este espírito de humildade que desejo a todos os leitores umas excelentes férias.

Que seja uma oportunidade para refletirmos sobre valores essenciais como a solidariedade, fraternidade, justiça social e inclusão.

Que o espírito de união que marcou este evento continue a guiar-nos, inspirando-nos a construir um futuro mais justo e solidário para todos.

Até setembro!