A grande festa do futebol está de regresso com a devoção dos adeptos e os amores e ódios de estimação que alimentam a atualidade desportiva. Nos próximos dez meses, as atenções vão estar centradas naquilo que 18 equipas vão fazer nas 34 jornadas de uma competição que tem 484 jogadores inscritos – 296 futebolistas (61,2%) são estrangeiros – e que, segundo o Transfermarkt, está avaliado em 1,58 mil milhões de euros.
Recuando no tempo, o FC Porto foi o primeiro campeão nacional (1934/35) e o Benfica é o clube com mais títulos (38). Fernando Peyroteo é o jogador português com mais golos marcados no campeonato (332) e Manuel Fernandes o futebolista com mais partidas disputadas (486). Sem querer fazer futurologia, somos levados a dizer que a tradição é para manter e que o título vai ser uma “conversa” a três: Sporting, Benfica e FC Porto. Seria preciso uma hecatombe dos três grandes para o Braga aspirar a ser campeão em 2024/25. De salientar o regresso ao escalão principal do Santa Clara e Nacional e a estreia do AVS. Este clube resultou da compra de 100% da União Vilafranquense e passou a chamar-se AVS Futebol SAD. Tem a sede na Vila das Aves e joga no estádio do CD Aves, que já esteve na primeira divisão.
Vai ser uma época longa e exigente para jogadores, treinadores e árbitros, que só termina a 17 de maio de 2025. Como bem disse o treinador do Sporting, Rúben Amorim, o campeão nacional é sempre o alvo a abater. A bem da emoção espera-se que a temporada seja mais competitiva do que a anterior e que a luta pelo título dure até final, e que final seria tendo em conta o calendário.
Leões valiosos
A poucos dias do início do campeonato, o Sporting tem o plantel mais valioso com 396,9 milhões de euros, a equipa do Benfica (sem João Neves) está avaliada em 355,9 milhões de euros, o plantel do FC Porto vale 326,2 milhões de euros e o do Braga fica-se pelos 127,5 milhões de euros. No final desta tabela aparece o Estrela da Amadora, que vale 10,5 milhões de euros, o que significa que há equipas na segunda liga com maior valor de mercado, como é o caso do Portimonense (17,8 milhões). O mercado de verão está a ser positivo para os cofres dos principais clubes portugueses. O Braga é, neste momento, a equipa que tem melhores contas, com um saldo positivo de 28,75 milhões de euros, resta saber de que forma isso se vai refletir no rendimento desportivo da equipa. A venda de João Neves ao PSG por 60 milhões de euros permite ao Benfica apresentar um saldo positivo de 22,5 milhões de euros, percebe-se bem o interesse/necessidade de efetuar esse negócio a bem da saúde financeira do clube.
O Sporting está mais calmo nesta janela de transferências e apresenta um lucro de 4,45 milhões de euros. O FC Porto vive uma realidade completamente diferente, apenas há a registar as saídas de Taremi e Pepe sem que entrasse qualquer verba, pois estavam em final de contrato. A continuação de Francisco Conceição está em “banho maria”.
Os candidatos ao título fizeram uma pré-época positiva e com exibições convincentes que deixaram os adeptos otimistas. O Sporting começa a defesa do título, na sexta-feira, frente ao Rio Ave, em Alvalade (20h15), e quer esquecer a entrada em falso na Supertaça, o Benfica desloca-se a Famalicão, onde perdeu na época passada (0-2), o FC Porto recebe o Gil Vicente motivado pela conquista da Supertaça e por ser o clube com mais títulos em Portugal (86) e o Braga recebe o Estrela da Amadora.
O Sporting chega ao início do campeonato com algumas alterações na equipa. As saídas de Coates, Adán, Paulinho, Luís Neto e Fatawu foram compensadas com as entradas do guarda-redes Kovacevic, do central Debast e o regresso de Mateus Fernandes. Rúben Amorim conta com jovens que foram poucos utilizados na época passada como Geny Catamo e Quenda para revalidar o título. Os leões têm o primeiro grande teste, à quarta jornada, quando receberem o FC Porto. O Benfica perdeu Rafa e João Neves, mas como tem músculo financeiro reforçou-se com o avançado Pavlidis, com o defesa Beste e com os médios Leandro Barreiro e Renato Sanches, sendo que este último chega à Luz por empréstimo do PSG. O FC Porto viveu um período de grande instabilidade no final da época passada com a saída do treinador e de jogadores influentes. Os azuis e brancos começaram a temporada com a crença e determinação de sempre em recuperar o título nacional. O jogo da Supertaça mostrou uma equipa diferente, com o novo treinador Vítor Bruno a apostar em jovens dragões e a recuperar alguns proscritos de Sérgio Conceição – o golo da vitória foi marcado por Iván Jaime que tinha sido afastado pelo anterior técnico. A fantástica recuperação no jogo com o Sporting quando muito temiam o desastre (passou de 0-3 para 4-3) elevou os níveis de motivação e mostrou que a equipa está preparada para os desafios que aí vêm. O Braga parte com o objetivo de fazer melhor do que o 4.º lugar da época passada e sem o tabu da luta pelo título. Na última década encurtou a diferença para os três grandes, mas ainda não chega para ser campeão.
Sporting e FC Porto têm os jogadores mais valiosos da liga portuguesa. O melhor marcador da época passada Viktor Gyokeres (Sporting) tem um valor de mercado de 65 milhões de euros, a larga distância aparece o guarda-redes Diego Costa (FC Porto) e os centrais Gonçalo Inácio (Sporting) e António Silva (Benfica) com 45 milhões de euros. Morten Hjulmand (Sporting) e Ousmane Diomande (Sporting) aparecem logo a seguir com um valor de mercado de 40 milhões.
Mudança nas leis
Esta temporada há algumas adaptações às leis do jogo. A exemplo do que aconteceu no Euro 2024, apenas o capitão de equipa pode falar com o árbitro durante o jogo. Passa a ser permitida uma sexta substituição no caso de um jogador ter sofrido uma concussão cerebral. A partir deste ano, uma grande penalidade só é repetida se os jogadores que entrarem na área tiverem influência no resultado final da grande penalidade. Por outro lado, nem todos os lances de mão na bola que impeçam uma oportunidade clara de golo na grande área recebem cartão vermelho, a falta pode ser punida com um pontapé de penálti e cartão amarelo. O tempo para os guarda-redes segurarem a bola aumentou de seis para oito segundos.