Há 93 anos surgia umas das maiores tradições natalícias a nível mundial: a árvore do Rockefeller Center, então comprada pelos trabalhadores da construção civil daquele complexo comercial, no auge da Grande Depressão, em 1931. O gesto representava a esperança e o espírito de solidariedade em pouco mais de seis metros de altura. Praticamente a mesma medida que fez nos últimos dias uma lenda do desporto olímpico.
Com uma vara, Duplantis saltou o Natal de Nova Iorque, em pleno agosto, em Paris. Os 6,25 metros alcançados pareciam só poder ser conseguidos pelo sueco, que vinha a fixar com frequência os novos recordes da modalidade ao longo dos anos. E como bom sueco que é, quanto maior a distância, melhor. Mais: o voo que valeu o ouro foi consagrado depois de uma corrida que dava até direito a multa por excesso de velocidade em algumas localidades.
Não é Natal, mas o espírito de partilha também andou pela capital francesa: com ou sem fato de cristais da Swarovski – marca que curiosamente embeleza a árvore de Natal mais reputada do centro de Nova Iorque, com a estrela no topo dos atuais 24 metros –, Simone Biles continuou a brilhar na capital francesa, não só com as vitórias mas também quando cedeu o lugar mais alto do pódio à ginasta brasileira Rebeca Andrade. Durante e após as provas, as atletas de ginástica têm mostrado a sua verdadeira flexibilidade no apoio e fair play demonstrados entre todas as atletas presentes.
Também Djokovic teve razões para sentir-se como um menino numa madrugada de 24 de dezembro, após ter recebido, aos 37 anos, o único presente que ainda desejava, ou seja, o ouro olímpico.
Já para o país anfitrião, a natação tem sido o principal motivo de iluminação nestes JO, com Léon Marchand a tornar-se o rosto da cidade luz. E, ainda dentro de água, ficou a infelicidade de Gabriel Medina, que não queria menos do que um colar de ouro, mas as condições do mar só permitiram que o acessório do brasileiro fosse banhado a bronze.
Entre as figuras que ficarão para já na história de Paris 2024, uma inevitável distinção para a judoca portuguesa Patrícia Sampaio, a única que não permitiu que o papel de embrulho português ficasse totalmente amarrotado após cumpridos dez dias de Jogos.