Bombeiros querem discutir impacto de fecho das urgências com Governo

Maiores distâncias e mais operacionais mobilizados no transporte de doentes criou um problema de custos nas corporações que não é ressarcido pela tutela.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pediu, esta terça-feira, ao Governo para discutir o impacto dos fechos das urgências nas corporações, que assim são obrigadas a transportar doentes em distâncias maiores.

António Nunes sublinhou, à agência Lusa, que os protocolos celebrados com o Ministério da Saúde previam “sempre a perspetiva do hospital de proximidade”, mas com o fecho de especialidades nas urgências, criou “novos problemas que implicam novas soluções”, e fez questão de afirmar que o problema não é só o das grávidas.

Atualmente, “estão a ser encerradas especialidades nos hospitais” e o transporte dos doentes para mais longe “está a desequilibrar as equipas dos corpos de bombeiros”, que ficam ausentes dos quartéis durante várias horas, frisou.

Para o responsável, “esta questão está a desregular aquilo que era o normal funcionamento do paradigma do corpo de bombeiros na sua área de atuação própria”.

“Percebo que os meios são limitados”, admitiu, mas considera que com a decisão o Ministério da Saúde “está a empurrar para quem está abaixo”, pressionando recursos dos bombeiros, necessários noutros locais, em especial na época de risco de incêndios.

“Vamos a um sítio e depois vamos a outro”, o que acaba por “mobilizar mais operacionais, criando “um problema de custos” que não é ressarcido pela tutela, afirmou António Nunes, reiterando que a situação se está a “tornar insustentável”.

“Se os bombeiros passam a ter mais tempo de intervenção, há aumento do custo por cada transporte” e “vamos ter que mudar o modelo”, salientou.