Chuva de Estrelas

Um fenómeno que durou 17 dias nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Jogos Olímpicos terminaram e a cerimónia de encerramento não foi apenas sobre a atuação de Tom Cruise e a respetiva passagem de testemunho olímpico de Paris 2024 para Los Angeles 2028. A neerlandesa Sifan Hassan subiu ao lugar mais alto do pódio na última entrega de medalhas, após vencer a maratona com recorde olímpico – depois de duas medalhas de bronze (nas provas de 5.000 e 10.000 metros), a estada de 9 dias em Paris valeu um total de 62 km nas pernas de Hassan, o que equivaleria, por exemplo, a uma viagem de Lisboa ao Cartaxo.

E se o tema são estradas portuguesas, foi sobre rodas que Iúri Leitão se tornou o rosto da Missão Portugal na capital francesa: o ouro conquistado ao lado de Rui Oliveira juntou-se à medalha de prata e a receção aos dois atletas, no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, brindou à altura o fenómeno conseguido pelos ciclistas, no mesmo dia em que se completaram precisamente 40 anos desde que Carlos Lopes arrecadou o primeiro ouro olímpico para o país, em 1984.

Em Paris não faltaram recordes embora nem todos tenham passado pela condição de desafiar os limites humanos. A chinesa Zheng Haohao também fica na história das participantes mais comentadas dos Jogos. A skater de apenas 11 anos foi uma das maiores sensações, sobretudo pelo facto de a sua idade corresponder à de uma pré-adolescente que frequenta o 6.o ano do 2o ciclo, logo, nesta altura do ano, o mais provável era estar a gozar as férias de verão com os avós – no limite estar a acampar pela primeira vez com os amigos, devidamente vigiados por monitores responsáveis.

Ainda noutro registo, fica o nome de Nada Hafez, a esgrimista egípcia que impressionou após revelar que competiu grávida de 7 meses, altura em que a maioria das futuras mamãs começa a ter dificuldade a apertar os sapatos ou simplesmente a arranjar uma posição para dormir.

Resumindo, Paris teve direito a tudo, como se esperava de um evento desta dimensão. Até proporcionou o regresso de Céline Dion, num dos mais emocionantes momentos do dia 26 de julho, quando estas Olimpíadas abriram portas a uma chuva de estrelas na versão desportiva.

17 dias depois, permanece a luz da cidade e a memória de uns Jogos também para a nossa história.