Recordemos que, tendo perdido clamorosamente as eleições legislativas, Sánchez não hesitou em vender a alma, bem pior vendeu a própria Espanha, celebrando um acordo com todos os que eram necessários para conseguir manter-se no Governo. Aqueles a quem pouco antes acusava (e bem) de traição à Pátria, tornaram-se os seus novos parceiros. Sem pudor nem vergonha nem de uns, nem de outros. A dignidade torceu e vergou até tocar o chão, mas o importante era sobreviver como presidente do Governo. Para isso teve que aceitar a chantagem de aprovar uma Amnistia, violadora da Constituição. O Estado de Direito também é enterrado sob o olhar complacente (e conivente) da Comissão Europeia, que tudo releva aos Governos Socialistas e do PPE.
Um desses novos amigalhaços de Sánchez, Carles Puigdemont, exilado há 7 anos na Bélgica para escapar a cumprir a pena de prisão a que fora condenado pelos Tribunais de Espanha, resolveu ridiculizar uma vez mais o Governo e o Estado Espanhol: anuncia uma visita a Barcelona no dia da investidura do novo Governo Catalão. Entra no país clandestinamente (em 2017 fugira escondido na mala de um carro), passeia entre uma multidão de apoiantes, sobe e discursa num palco instalado para o efeito numa das principais Praças da cidade, e sai pelos fundos para não mais ser visto em território nacional. Tudo com a cumplicidade ativa dos Mossos de Esquadra, uns moços certamente simpáticos à causa independentista e que constituem a Polícia catalã. Tudo com o beneplácito do Governo de Sánchez, que instruiu a Guardia Civil e outras Forças de Segurança nacionais para não importunarem o camarada, fazendo um simulacro de caça ao homem que obviamente não caçou nada, apenas serviu para chamar mais a atenção para o desastre e fracasso do Estado, e importunar milhares de cidadãos em intermináveis filas de trânsito. Um episódio vergonhoso, de que Sánchez ainda não pediu desculpa aos espanhóis! O escárnio é geral e ensurdecedor!
Esta terrível barraca não chegava, os socialistas nuestros hermanos brindaram-nos a semana passada com outra pérola que deixa qualquer democrata estarrecido.
Tal como se esperava, as eleições na Venezuela foram uma farsa. Inúmeros Observadores, entre os quais os da União Europeia, foram impedidos de entrar no país, Maduro não queria personalidades estrangeiras que testemunhassem a golpada que tinha preparado. Venerandos e obrigados, os membros da Comissão Eleitoral anunciou uma curta vitória do ditador latino-americano mesmo referindo que ainda só estavam apuradas 80% das mesas de voto.
Só que, desta vez, a oposição unificada estava devidamente preparada, fotografou e remeteu cópia de cada Ata Eleitoral para uma central segura. O resultado indica que o opositor de Nicolás Maduro terá obtido 70% dos votos, e que este não terá ultrapassado os 30%. De tal modo que os seus amigos, em que se destacam Lula da Silva no Brasil e Gustavo Petro na Colômbia, não puderam reconhecer os resultados oficiais.
A própria Administração Biden, que ultimamente tinha suavizado as sanções económicas à Venezuela para comprar o seu petróleo mais barato, exigiu que se respeitasse a vontade popular. Um largo grupo de 29 antigos Chefes de Estado e de Governo da América Latina e de Espanha subscreveram uma carta aberta a Maduro exigindo o respeito pela vontade expressa pelo povo. Já bastava todo o desrespeito pela igualdade de oportunidades na campanha eleitoral, a política de chantagem, de medo e intimidação crescente que antecedeu o dia das eleições.
Logo aí se estranha que entre os signatários espanhóis figurem José Maria Aznar e Mariano Rajoy, ex-líderes do PP, e não se encontre nem Felipe González, nem José Luis Zapatero, os dois presidentes do Governo socialistas anteriores a Sánchez. Comportamento no mínimo bizarro! Até que, pasme-se, o mundo foi confrontado, incrédulo, com um pedido público de Felipe González para que o Grupo de Puebla, composto por 64 líderes de esquerda e extrema-esquerda latino-americanos, não aceite que houve uma fraude eleitoral para reconduzir o seu amigo Maduro e, ainda pior, que não exija a divulgação oficial de todas as Atas Eleitorais!!! Ou seja: sabemos que houve grande deturpação da verdade eleitoral, mas vamos colaborar ativamente com esta fraude!
Esta a democracia que este ‘democrata’ apregoa! Ou está ainda mais senil que Biden (e então alguém tenha a caridade de não dar eco às barbaridades que diz e não o indiquem para chefiar uma Missão de Observação que por definição deve ser séria, imparcial e isenta), ou tem (terá sempre tido?) uma visão totalmente deturpada do que é a democracia!
Mas não é só o ex-chefe de Governo espanhol que fica vergonhosamente exposto com esta execrável atitude. O silêncio de Pedro Sánchez, o não desautorizar publicamente um seu antecessor, sugere que quer o PSOE, quer Sánchez e o seu Governo subscrevem a atoarda criminosa que González proferiu. Que pode conduzir a Venezuela a um banho de sangue para o qual Maduro já começa a responsabilizar a Oposição! Vale tudo, mesmo a prisão, a tortura ou a morte, para que os ‘camaradas’ se perpetuem no poder! E podem contar com a solidariedade dos socialistas nuestros hermanos!
Sánchez e o PSOE são um vizinho que nos envergonha!