No coração da Baixa Pombalina, em Lisboa, o Museu do Design (MUDE) reabriu as portas do edifício ao público, após oito anos de encerramento, e está a convidar os visitantes a explorar um quarteirão histórico inteiramente requalificado.
São oito pisos, seis mil metros quadrados de exposição e quase 14 mil de área bruta que num quarteirão, em plena Rua Augusta, vão acolher rotativamente as cerca de 17 mil peças de conteúdo museológico, 1362 das quais integradas na Coleção Francisco Capelo. Este núcleo foi comprado ao colecionador pelo município, em 2002, e é composto por mobiliário, luminária e objetos utilitários que refletem os principais movimentos e correntes do design internacional desde a década de 1930 até ao final do século XX. O restante acervo, maioritariamente recebido através de doações dos próprios designers, dá a conhecer a evolução do design em Portugal desde o final do século XIX.
Após oito anos fechado ao público, o MUDE – Museu do Design foi integralmente requalificado e já está de novo de portas abertas no coração da Baixa de Lisboa a todas as pessoas que o queiram descobrir, incluindo visitantes com mobilidade condicionada, dispondo de elevadores, plataformas elevatórias e rampas adequadas. Além disso, todas as exposições disponibilizam informação em sistema braille.
«Aproveitar e recuperar os materiais existentes», foi uma das preocupações, assinala o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, para quem este é o «museu das interseções entre o passado e o futuro, entre o físico e o digital, a sustentabilidade e a inclusão», de olhos postos no futuro. Uma viagem também pela história de Portugal que cruza as heranças do passado com o design contemporâneo, em que foi feita uma fusão entre inovação e cultura. A partir de finais de setembro, passará a ser «uma montra de talentos do design português, mas também do design do mundo», concluiu o edil.
Inaugurado, inicialmente, em 2009, o MUDE recebeu, até ao encerramento, em 2016, perto dois milhões de visitantes. Agora, prepara-se para uma nova etapa, com o objetivo de se reafirmar como espaço de referência cultural e criativo na capital, acolhendo tanto o público nacional como internacional, com uma programação diversificada que promete explorar o diálogo contínuo entre tradição e modernidade no mundo do design e das outras expressões da cultura de projeto.
O que o visitante pode esperar
Neste momento, e até 31 de outubro, estão visitáveis os pisos -1, 0, 1, 2, 4 e 6, com a exposição temporária O Edifício em Exposição, uma oportunidade única para conhecer a arquitetura, os segredos e as transformações pelas quais passou o edifício do MUDE — outrora, Banco Nacional Ultramarino —, ao longo da sua história de mais de 150 anos, e que é a prova da evolução do design, da arquitetura e da engenharia.
Para a diretora do museu, Bárbara Coutinho, as obras de requalificação, que podem agora ser admiradas, permitem ao Museu ter todas as condições para «oferecer uma série de valências para dar a conhecer, debater, questionar e refletir sobre o design e a nossa sociedade, tal como as áreas doserviço educativo, o auditório, mas também espaços de lazer. É um lugar projetado para todas as gerações e para o futuro».
Além da área expositiva, que integra, ao nível da cave, a Sala dos Cofres, com 3552 antigos cofres de aluguer que privilegiam peças de pequena escala, e onde se encontra, atualmente, vitrinas com 77 garrafas de vidro intactas anteriores ao terramoto de 1755, descobertas em 1998, durante as obras de reforço estrutural realizadas, à época, no edifício; o renovado MUDE dispõe, ainda, de uma biblioteca, já aberta ao público, uma cafetaria, um restaurante e uma loja-livraria, que irão iniciar a sua atividade em breve, bem como um espaço verde exterior com espécies autóctones, mediterrânicas e xerófitas, no topo do edificio, com vista 360º sobre a cidade.
A partir de final de setembro, o Museu do Design inicia a sua programação regular, sendo que em outubro o 3.º e o 4.º piso recebem a primeira exposição de longa duração, que pretende reler a história do design e apresentar o design português em contexto e como processo projetual.
Visite o MUDE às terças, quartas, quintas e domingos das 10 às 19h00 e às sextas e sábados das 10 às 21h00 e saiba mais sobre o percurso de um edifício histórico da Baixa Pombalina que neste momento incluiu soluções tecnicamente inovadoras, sustentáveis e integradas.
Preçário
A aquisição de bilhetes para a exposição temporária é realizada na receção do Museu (Piso 0), com a entrada a custar, para os adultos, 11 euros acrescidos de 2 euros caso se pretenda visita guiada, havendo, no entanto, descontos de 50% para jovens dos 13 aos 25 anos, estudantes ou seniores com idade igual ou superior a 65 anos, e grupos de mais de 15 pessoas. Há ainda passes Família e descontos para grupos escolares. A entrada é permanentemente gratuita para os lisboetas mais jovens (com menos de 23 anos) e seniores (com 65 ou mais anos) através do Passe Cultura.