Apesar dos muitos ataques ao homem da camisola vermelha, nada mudou na classificação geral da Volta à Espanha e os dois primeiros vão partir para a antepenúltima etapa separados por escassos cinco segundos. Na segunda semana de prova, assistiu-se a luta apertada entre as equipas mais fortes do pelotão, que queriam colocar os seus melhores corredores em posição de lutar pela vitória.
A Decathlon AG2R entrou ao ataque na tentativa de defender o líder O´Connor, mas fê-lo da pior forma. Os seus ciclistas tiveram um comportamento pouco desportivo, bloquearam a estrada durante longos quilómetros, e considerado agressivo, sobretudo quando provocaram a queda do equatoriano Carapaz (3.º da geral antes dessa etapa). Esse incidente motivou uma penalização com cartão amarelo a três corredores e ao diretor desportivo da equipa. A Movistar esteve sempre muito ativa, com o objetivo de colocar o seu chefe de fila, Enric Mas, junto de Primoz Roglick, o líder da Red Bull-Bora, e grande candidato a vencer a prova este ano. O australiano Ben O´Conner resistiu aos muitos ataques e, embora tenha perdido tempo nas etapas de alta montanha, manteve a camisola vermelha com grandee esforço, o estado em que chegava ao final das etapas metia dó. Andou quase sempre sozinho, já que os outros ciclistas da equipa não tiveram pedalada para andar na frente. «Tenho a certeza que será um marco na minha carreira. A forma como estou a defender a liderança, resistindo tantos dias… já não é só o facto de estar na frente, é a força de poder lutar por uma Vuelta e voltar no futuro para fazer o mesmo. Está a ser muito especial para mim. Ganhar? Nunca se sabe, mas tenho poucas hipóteses», admitiu O´Conner, já a pensar no contrarrelógio final no domingo, em Madrid, onde Roglick é o grande favorito. Mesmo que não ganhe, tem grandes hipóteses de terminar no pódio.
Depois de várias etapas de alta montanha, o pelotão teve dias de relativa acalmia que favoreceram os sprinters. A Volta entra agora na fase decisiva, com uma dura etapa de montanha, que termina com uma subida de primeira categoria. É a última grande oportunidade para criar uma diferença significativa que permita enfrentar, sem receios, o contrarrelógio individual da última etapa.
Nélson Oliveira é o único corredor português em prova e ocupa a 75.ª posição da geral.