A comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros aprovou, esta quinta-feira, a audição do ministro Paulo Rangel, requerida pelo Bloco de Esquerda, sobre um navio com bandeira portuguesa que transporta explosivos que teriam como destino final Israel.
O chefe da diplomacia portuguesa deverá prestar esclarecimentos à Assembleia da República a 15 de outubro, segundo disse fonte parlamentar à agência Lusa.
No mesmo dia em que pediu a audição do ministro, com caráter de urgência, o Bloco de Esquerda solicitou à PGR que encarregue o Ministério Público de fiscalizar a situação para prevenir que “Portugal venha a ser acusado internacionalmente por cumplicidade com um genocídio”.
“Um navio cargueiro [“Kathrin”] com pavilhão português foi impedido pelo governo da Namíbia de utilizar os portos deste país por transportar explosivos RDX, tendo Israel como destino final, conforme concluiu uma investigação das autoridades namibianas”, lê-se no requerimento do Bloco, entregue no Parlamento.
O RDX, acrescentou o Bloco de Esquerda , “é um dos principais componentes das bombas e mísseis israelitas”, que “têm sido apontadas a alvos civis, destruindo, por exemplo, escolas e hospitais na Faixa de Gaza, vitimando mortalmente mais de 40 mil cidadãos palestinianos, na sua maioria crianças e mulheres, e ferindo mais de 90 mil”.