Suécia recomenda limites à utilização de telemóveis

Suecos não querem crianças até 2 anos expostas a ecrãs e jovens até aos 18 a mais de 3 horas/dia.

O número de utilizadores de smartphones na Suécia deverá aumentar continuamente entre 2024 e 2029, com um crescimento total de 0,5 milhões de utilizadores (+5,34%). Em 2029, estima-se que a base de utilizadores alcance 9,9 milhões, marcando o nono ano consecutivo de crescimento. As estatísticas são parte dos Indicadores de Mercado Chave da Statista, que analisam fatores macroeconómicos, demográficos e tecnológicos em até 150 países.

No entanto, a Agência de Saúde Pública recomenda que crianças menores de dois anos não sejam expostas a ecrãs. Para crianças entre os dois e cinco anos, sugere-se um limite máximo de uma hora por dia de uso de ecrãs, enquanto para aquelas com idades entre os seis e 12 anos, o tempo permitido é de uma a duas horas diárias. Para adolescentes entre os 13 e 18 anos, a recomendação é que não passem mais de duas a três horas diárias em frente a um ecrã.

Contudo, segundo o ministro da Saúde Pública, Jakob Forssmed, jovens entre os 13 e 16 anos chegam a passar, em média, seis horas e meia por dia em ecrãs, sem contar o tempo escolar. Tal está a reduzir o tempo disponível para atividades em grupo, exercício físico e sono adequado, e a contribuir para uma «crise de sono» na Suécia. Estudos mostram que mais de metade dos estudantes de 15 e 16 anos não têm horas suficientes de sono.

A agência também aconselha que se evite o uso de ecrãs antes de dormir e que dispositivos eletrónicos, como tablets e telemóveis, fiquem fora do quarto das crianças durante a noite. O uso excessivo de ecrãs pode afetar negativamente o sono, causar sintomas de depressão e levar à negligência do autocuidado. O Governo sueco está a considerar a implementação de uma proibição de smartphones nas escolas, nos primeiros ciclos de estudo, numa tentativa de mitigar os efeitos negativos do uso excessivo de dispositivos.

Mas existem outros países que seguem o mesmo caminho. Por exemplo, em Espanha, escolas da região de Múrcia e da Galiza avançaram com as restrições no início de janeiro. Na Grécia e na Bélgica, também foi implementado um sistema abrangente de sanções para regular o uso de telemóveis nas escolas.

E o Governo português emitiu, entretanto, uma recomendação aos estabelecimentos de ensino (ver texto ao lado).

Como o Nascer do SOL escreveu na última edição, especialistas como o psicólogo Eduardo Sá alertam para os riscos do uso excessivo de smartphones, incluindo distração e ciberbullying.