Aumento de tarifas aos produtos chineses prejudica os interesses e a imagem dos EUA

Conteúdo patrocinado por Centro de Programas de Línguas da Europa e América Latina da China.

Empresários e economistas norte-americanos estão a manifestar preocupação, na sequência do recente anúncio do Gabinete do Representante Comercial dos EUA sobre o aumento das tarifas alfandegárias para alguns produtos importados da China. Diversos analistas sublinham que “este aumento causará grande perturbação e instabilidade na cadeia de abastecimento global”.

Em maio deste ano, o governo norte-americano anunciou um novo aumento das tarifas alfandegárias sobre alguns produtos chineses, entre os quais os automóveis elétricos. A medida estava inicialmente prevista para entrar em vigor a 1 de agosto, mas foi adiada duas vezes (a 30 de julho e a 30 de agosto), porque as autoridades norte-americanas alegaram estar a estudar mais de um milhar de reclamações contra este aumento, recebidas de diversos setores. Apesar do elevado número das opiniões contrárias ao aumento, e de muitos pedidos de isenções tarifárias, as autoridades de Washington mantiveram o seu propósito.

Segundo observadores, esta posição unilateral e protecionista, “não só viola o compromisso assumido pela parte americana de não tentar travar o desenvolvimento chinês e de não procurar afastar-se da China e quebrar a ligação, como também viola o consenso alcançado pelos Chefes de Estado dos dois países”.

E sublinham que estes aumentos são provocados pela disputa, entre republicanos e democratas, pela conquista das próximas eleições nos Estados Unidos, “em que mostrar uma atitude dura contra a China se tornou politicamente correto”.

Alguns meios de comunicação social estrangeiros salientaram que a decisão final do governo dos EUA de impor estes aumentos, ignorou mesmo as exigências dos fabricantes de automóveis norte-americanos, provocando a insatisfação do setor. E há estudos que mostram que estas medidas não só têm efeitos limitados nas transferências comerciais, como levam ao aumento dos próprios custos de importação norte-americanos, não atingindo o objetivo político de reduzir a dependência da China.

De acordo com um estudo da prestigiada agência Moody’s, 92% do custo das tarifas adicionais sobre a China foram transferidos para os consumidores norte-americanos, aumentando em 1300 dólares (cerca de 1168 euros) as despesas anuais de cada família. Muitos economistas alertam que os aumentos agora impostos apenas farão com que os consumidores dos EUA paguem um preço ainda maior. E acrescentam que a imposição destas tarifas também prejudica a imagem internacional dos EUA.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) já alertara que as tarifas da Seção 301 violam as regras daquela Organização. Ora o governo dos EUA, em vez de corrigir isso, decidiu aumentar ainda mais as tarifas sobre a China, intensificando a sua imagem como “violador das regras internacionais”. Por outro lado, analistas sublinham que “o aumento significativo das tarifas imposto à China pode prejudicar o comércio e o crescimento económico mundial, além de desacelerar o processo de transição ecológica global”.