Peru. Papa expulsa dez pessoas de movimento católico

No seu máximo, o grupo contou com 20 mil membros, na América do Sul e EUA, com uma grande influência no Peru

O Papa tomou a decisão rara de expulsar dez pessoas – um bispo e vários padres e leigos – de um movimento católico no Peru. A justificação são abusos “sádicos” de poder, autoridade e espiritualidade, numa decisão antecedida por uma investigação feita pelo Vaticano.

A punição da liderança do Sodalitium Christianae Vitae, ou Sodalitium of Christian Life, seguiu-se à expulsão, por Francisco, do fundador do grupo, Luis Figari, depois de se saber r que sodomizava os recém-chegados ao movimento.

O anúncio foi feito pela Conferência dos Bispos do Peru esta quinta-feira, que colocou uma declaração da embaixada do Vaticano no seu sítio na internet. A declaração lista os abusos descobertos pela investigação do Vaticano, os quais raramente têm sido punidos canonicamente desta forma, e nomeia as pessoas responsabilizadas.

Segundo o comunicado, citado pela agência Lusa, os investigadores do Vaticano descobriram abusos físicos, “incluindo com sadismo e violência”, abusos de consciência próprios de uma seita, abusos espirituais, abusos de autoridade, abusos na gestão do dinheiro da igreja e “abusos no exercício do apostolado do jornalismo”.

A última referência está associada a um jornalista com ligações ao Sodalitium que atacou críticos do movimento nas redes sociais.

Figari fundou o movimento em 1971 como uma comunidade laica para recrutar “soldados de Deus”, uma das várias organizações católicas nascidas de reação conservadora aos movimentos de ‘libertação’ que se espalharam pela América Latina a partir da década de 1960.

No seu máximo, o grupo contou com 20 mil membros, na América do Sul e EUA, com uma grande influência no Peru. Há queixas das vítimas dos abusos de Figari à arquidiocese de Lima datadas de 2011. Mas nem a igreja local nem a Santa Sé tomaram ações concretas.