Mazda MX-5 para quem gosta de conduzir

A nova geração Mazda MX-5 mantém a imagem de charme, mas perdeu um pouco do temperamento selvagem em nome da facilidade de condução a céu aberto.

O responsável pela conceção do carro inspirou-se em modelos desportivos como o Triumph Spitfire, MGB e Lotus Elan para desenvolver o roadster japonês, e definiu cinco princípios básicos: ser leve, ter tração traseira, uma repartição de pesos 50/50, ausência de inércia em curva e preço acessível. Além disso, adotou a filosofia japonesa Jinba-Ittai de modo a criar uma harmonia perfeita entre o condutor e o automóvel. O trabalho de caso foi muito bem feito e o MX-5 é só o roadster mais vendido em todo o mundo com cerca de1.2 milhões de unidades.

O model year 2024 ganhou nova imagem, graças aos novos faróis dianteiros com tecnologia LED. Está disponível com capota de lona (SoftTop) ou teto rígido (Retractable Fastback), com comando elétrico que recolhe em 13 segundos, operação que pode ser feita em andamento até 10 km/h. No nível Exclusive Line é da mesma cor da carroçaria, na edição Kazari é em preto para criar maior contraste.


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Há muito que o habitáculo deixou de ser austero e o equipamento básico, e a quarta geração incorpora importantes melhorias a esse nível. O cockpit dos novos Mazda MX-5 ST e RF conta com um painel de instrumentos redesenhado, ecrã multimédia tátil de 8,8 polegadas com novas funções (incluindo Android Auto ou Apple Car Play e modo wireless) e uma maior qualidade de imagem da câmara de visão traseira. Onde não houve mudança foi no espaço que continua a ser apertado para condutor e passageiro, e na falta de compartimentos para guardar objetos pessoais.

Como os bancos são confortáveis e envolventes e a posição de condução excelente, quase nos esquecemos do resto… De salientar que na versão de teto rígido o ambiente a bordo é perfeitamente normal, já no modelo com capota de lona o ruído do motor e os barulhos aerodinâmicos são bem percetíveis. Com a capota recolhida as turbulências do vento quando circulamos a 120 km/h são perfeitamente suportáveis. O equipamento da versão Exclusive Line inclui chave inteligente, sistema de navegação, ar condicionado automático, volante em pele, bancos em pele com aquecimento, cruise control, sensores de luz e chuva, sistema de som da Bose e duas entradas USB-C, entre outros elementos.

As duas versões têm motor a gasolina Skyactiv-G de 1,5 litros com 132 cv e caixa manual de seis velocidades. É uma potência mediana e isso reflete-se nas performances: 204 km/h de velocidade máxima e 8,3 s na aceleração de 0 a 100 km/h (203 km/h e 8,6 s para a versão de teto rígido). O poder de fogo deste motor não é excitante, mas, curiosamente, as recuperações são bastantes interessantes, o que facilita a condução em estradas sinuosas. O consumo anunciado é de 6,3 l/100 km, mas na prática o consumo obtido numa condução mista (estrada e cidade) foi de 7,5 l/100 km. A sonoridade do motor foi trabalhada o Induction Sound Enhancer para acentuar o prazer de condução.

A quarta geração do MX-5 teve alterações a nível do chassis que o tornaram mais fácil de conduzir em qualquer situação. O condutor normal agradece, os puristas ficam um pouco desiludidos, uma vez que as sensações de condução são diferentes do que acontecia com a primeira geração (1989-1997). No modelo antigo era tudo em estado natural, isto é, não havia a eletrónica a limitar o andamento e a condução era bastante divertida, sobretudo em estradas sinuosas, com belas derrapagens do eixo traseiro.

O modelo atual está sempre agarrado à estrada graças às ajudas eletrónicas. As reações são neutras, não há perdas de tração nas acelerações fortes e nas mudanças bruscas de direção é muito ágil e estável. Destaque ainda para o controlo dinâmico de estabilidade DSC-Trak, que coloca o carro no caminho certo quando exageramos na condução. Gostámos particularmente da caixa manual de seis relações com um comando preciso, é um gosto trocar de mudança.

Referência também para as novas funções de segurança ativa, caso da assistência à manutenção na faixa de rodagem, controlo inteligente da velocidade, assistência inteligente à travagem, sistema de monitorização dos ângulos mortos e reconhecimento de sinais de trânsito atualizado, que está conectado ao sistema de navegação. Esta geração MX-5 inclui um sistema secundário de minimização dos efeitos de uma colisão, que imobiliza o veículo após a deteção de uma colisão de modo a reduzir os danos.

O MX-5 Exclusive Line custa 41.946 euros com capota em lona e 44.446 euros na versão de tejadilho retrátil, e podemos dizer que continua a ter a melhor relação preço/prazer de condução no mercado dos roadsters.