Passadas mais de seis décadas, continua a ser considerada a banda mais influente e amada de todos os tempos. É difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar do seu nome ou que nunca tenha trauteado as suas canções. Here Comes the Sun, Come Together, Let it Be, Hey Jude e Strawberry Fields Forever, são apenas alguns dos seus êxitos que conquistaram os quatro cantos do mundo no século XX. Há, por isso, quem diga que os The Beatles não são apenas intemporais, como também eternos. Mas poderíamos pensar que depois de tantos documentários (incluindo o de Peter Jackson, Get Back, de quase sete horas), filmes, livros, artigos, pouco haveria para descobrir sobre a banda de Liverpool. No entanto, como sempre, os Beatles voltam a surpreender-nos. Mesmo que Paul McCartney e Ringo Starr sejam os únicos membros ainda vivos – e continuam musicalmente ativos.
Chegada aos EUA
Recentemente, a Disney+ revelou estar a preparar um novo documentário sobre a banda britânica, com realização de Martin Scorsese (que conta no seu currículo com êxitos como Touro Enraivecido, Taxi Driver, Tudo Bons Rapazes e Gangs de Nova Iorque). Beatles ‘64 captura o momento eletrizante da primeira visita dos Beatles aos EUA, em fevereiro de 1964. Segundo o site oficial da banda, o documentário apresentará imagens nunca antes vistas da banda e das legiões de jovens fãs que ajudaram a alimentar a sua ascensão, filmadas pelos documentaristas Albert e David Maysles e agora restauradas em 4K pelo Park Road Post na Nova Zelândia. «O filme dá um raro vislumbre de quando os Beatles se tornaram a banda mais influente e amada de todos os tempos», lê-se no texto que apresenta a produção que chega ao catálogo da plataforma de streaming dia 29 de novembro.
Imagens inéditas
Segundo as informações do site, no dia 7 de fevereiro de 1964, o quarteto de Liverpool – formado por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr – chegou à cidade de Nova Iorque, onde foi recebido por milhares de fãs no aeroporto Kennedy «com uma excitação e histeria sem precedentes». O documentário inclui a sua emocionante apresentação de estreia no The Ed Sullivan Show, que cativou mais de 73 milhões de espetadores. «Beatles ‘64 apresenta o espetáculo, mas também conta uma história mais íntima dos bastidores, capturando a camaradagem de John, Paul, George e Ringo enquanto eles vivenciavam uma fama inimaginável», escreve ainda o portal da banda.
As performances ao vivo do primeiro espetáculo americano do grupo no Washington, DC Coliseum e suas aparições no programa de Ed Sullivan foram desmixadas pela WingNut Films e remixadas por Giles Martin. Destacando esse momento cultural singular e a sua ressonância, «a música e as cenas são aumentadas por entrevistas recém-filmadas com Paul e Ringo», bem como a Olivia Harrison (viúva de George) e Sean Ono Lennon (filho de John). Além disso, conta com o testemunho de fãs cujas vidas foram transformadas pelos Beatles.
Mas Beatles ‘64 não é o primeiro documentário sobre a banda britânica realizado por Martin Scorsese. Em 2011, o cineasta norte-americano realizou George Harrison: Living in the Material World, que documenta a vida de George Harrison desde os seus tempos em Liverpool até à sua viagem à Índia, nos anos 60.
Uma semana antes da estreia da produção no Disney+, será também lançada uma nova box set, The Beatles: 1964 U.S. Albums in Mono, que conterá sete discos dos Beatles, entre eles Meet the Beatles!, A Hard Day’s Night e Something New.
Quando os Beatles visitaram os EUA pela primeira vez, a emissora americana CBS News conversou com uma fã. A jovem, apresentada como Adrienne do Brooklyn, declarou com entusiasmo o seu amor por Paul McCartney em rede nacional, dizendo que iria adorar os Beatles para sempre, mesmo quando tivesse 105 anos e fosse avó. Em maio, de forma a promover a exposição Paul McCartney Photographs 1963-64: Eyes of the Storm, o ex-Beatle publicou um vídeo nas redes sociais onde lhe responde: «Estou em Brooklyn agora. Vem ver a exposição».