Presidente da Câmara do Porto defende combate à “lavagem de dinheiro”

A par do tráfico de droga, Rui Moreira destacou a existência de “atividades económicas que mais não são do que lavandarias de dinheiro”, referindo-se às lojas de ‘souvenirs’, sobre as quais tinha apelado ao Governo uma maior regulação.

O presidente da Câmara do Porto defendeu esta segunda-feira a necessidade de o país combater “a lavagem de dinheiro” associada ao tráfico de droga, mas também a algumas atividades comerciais, como as lojas de ‘souvenirs’.

“Há uma matéria absolutamente imperiosa que é tratar daquilo que é a lavagem de dinheiro”, afirmou Rui Moreira na conferência internacional Segurança Urbana 5.0, Os Desafios Na Era da Inteligência.

Numa sessão dedicada aos desafios que a segurança urbana enfrenta, o autarca destacou a “situação internacional descontrolada” associada ao tráfico de droga. Segundo este, a  atividade gera mais dinheiro “do que o orçamento municipal”.

“Essa é uma questão que nos deve preocupar porque as pessoas que consomem têm de obter o dinheiro de alguma forma e não conseguem obter de forma legítima. Portanto, independentemente da consequência direta na saúde pública, da destruição das famílias, têm um enorme impacto na pequena e média criminalidade que consome recursos dos cidadãos”, referiu. 

Para o presidente da Câmara do Porto,  citado pela agência Lusa, esta matéria justifica “um investimento de outra natureza”, lembrando que existem na sociedade “um conjunto de exibições de riqueza que pura e simplesmente não são exequíveis com os rendimentos que essas pessoas auferem”.

A par do tráfico de droga, Rui Moreira destacou a existência de “atividades económicas que mais não são do que lavandarias de dinheiro”, referindo-se às lojas de ‘souvenirs’, sobre as quais tinha apelado ao Governo uma maior regulação.

“As lavandarias de dinheiro são particularmente perigosas porque têm um impacto direto na economia da cidade, das famílias e tem de ser tratado. Este é um trabalho que sei que tem preocupado a Polícia Judiciária e a Procuradoria-Geral da República, mas é preciso recursos para isso”, afirmou.

Os jornalistas,  à margem da conferência, o autarca esclareceu que algumas das lojas de souvenir podem estar associadas a lavagem de dinheiro, mas também a outras atividades ilegais como “o tráfico de seres humanos”.