Novos Territórios

Como não podia deixar de ser, visitei o Vulcão dos Capelinhos, o território português mais recente. A singularidade de sua beleza paisagística é arrebatadora.

Fernando Resendes

Querida avó,

Confesso-te que andava há anos para descobrir as três ilhas do Grupo Central do Arquipélago dos Açores que me faltavam conhecer.  
Na Ilha de São Jorge, mais precisamente na Ponta dos Rosais, deslumbrei uma das mais belas vistas de toda a vida. Do miradouro, avistei as ilhas do Pico, Horta, Graciosa e Terceira… inesquecível!

Para terminar a viagem, faltava conhecer a Horta. Tal como me indicaste, preparei a viagem antecipadamente. Aluguei um carro no renting Ilha Verde que me levou a conhecer as três ilhas. De ilha para ilha levava o carro no ferry da Atlânticoline. Nada mais prático para descobrir as ilhas de uma ponta à outra e para deslocar-me entre ilhas.

No Faial, finalmente, consegui ir fazer a observação de baleias e golfinhos que desejava há imenso tempo. Uma experiência memorável. Escolhi a empresa Naturalist, única empresa nos Açores de base académica a trabalhar em Turismo. Uma maravilha.

Bem sei que já não são coisas para tua idade!

Como não podia deixar de ser, visitei o Vulcão dos Capelinhos, o território português mais recente. A singularidade de sua beleza paisagística é arrebatadora.

Fiquei no Azoris Faial Garden, de onde, diariamente, me deslumbrava com as vistas panorâmicas que se estendem sobre a marina, o oceano e a vizinha Ilha do Pico, desde o nascer ao pôr do sol.

Tu que tens andado com problemas de comunicações, deixa-me que te diga que o edifício, onde hoje é o Hotel, representa um marco histórico na região e no mundo. Foi onde tiveram início as comunicações por cabos submarinos entre a Europa e América, fazendo da Horta um dos maiores centros de comunicações, que influenciaram muito a vida social e cultural da cidade.

Devido ao nevoeiro não consegui ver a caldeira do vulcão. Assim como tentei inúmeras vezes ir visitar a Casa Manuel de Arriaga, mas ”bati sempre com o nariz na porta”.

Fica para a próxima.

Bjs

Querido neto,

Nem queria acreditar quando me enviaste as fotos do concerto do Maestro Vitorino de Almeida, a que assististe no Auditório Municipal de Velas, na Ilha de São Jorge. Como o mundo é pequeno.        
Nem me fales em problema nas comunicações!

Estive quase uma semana sem Internet. Habituamo-nos de tal maneira às inovações da comunicação, que até nos esquecemos como vivíamos antes delas existirem.

Estou muito contente com os postais que me trouxeste das ilhas que andaste a visitar no Grupo Central do Arquipélago dos Açores. Mas ainda ficava mais feliz se me tivesses trazido uma caixa com Fofas. Apesar desse doce típico açoriano existir em força na época do Carnaval, tinha esperança de que o encontrasses nesta altura do ano. 

Sabia que ias gostar muito de visitar o Vulcão dos Capelinhos. No Centro de Interpretação aprende-se muito sobre a formação do arquipélago dos Açores e não só.

Sabia que ias gostar muito de visitar o Museu do Parlamento dos Açores. Assim ficaste a saber mais sobre o papel desempenhado pelo Parlamento açoriano na construção e desenvolvimento da autonomia política açoriana.

Foi uma pena não teres conseguido ver a caldeira do vulcão, o Ex-líbris do Faial. Um dos poucos locais onde ainda é possível imaginar como eram os Açores antes de serem povoados. Mas depende das condições climatéricas.

Fiquei boquiaberta por não teres conseguido visitar a Casa Manuel de Arriaga. Foi a residência do 1º Presidente da República Portuguesa, eleito a 24 de Agosto de 1911.

Imagino que após cada tentativa falhada tenhas ido para o Bar do Peter, para esquecer a frustração.

Espero que tenhas visitado a Biblioteca João José da Graça. A personalidade que dá nome à biblioteca foi o introdutor da imprensa na Ilha do Faial e editor dos primeiros jornais publicados naquela ilha.

Muito se tem falado da importância da comunicação social nas últimas semanas…

Bjs