As casas (in)acessíveis

A pesquisa pela casa de sonho – ou pela casa possível – pode conduzir-nos até aos confins da Europa, com moradas dignas… de festas de Halloween.

Os problemas relacionados com a crise na habitação já levaram quase todos a fazer uma pesquisa, ainda que superficial, sobre o ponto de situação. Mesmo quem não procura casa consegue perceber a dimensão do problema com a valorização da própria habitação.
Os preços mais sugestivos revelam-se, na sua maioria, uma ilusão que termina mal se abre a porta daquelas que se apresentam como grandes oportunidades.


E é neste contexto que se multiplicam algumas páginas nas redes sociais que reúnem milhares e milhares de seguidores. A fuga para o interior do país já foi uma das soluções encontradas por alguns que não se deixaram travar pela falta de serviços ou oferta de lazer nas respetivas localizações.
Mas há quem continue a pesquisar por outros voos, aqueles que se assemelham às viagens que se pretendem fazer mas que nunca se concretizam.


As agências imobiliárias também tomaram medidas neste sentido e fazem já segmentos dedicados ao nicho de mercado. Com um nome atrativo, “Cheap Property Europe” – que se desdobra depois em várias outras páginas de Instagram com referências a cada país – o perfil apresenta múltiplas opções de casas com preços acessíveis nos diferentes países da Europa.
As ofertas vão desde a cidade italiana de Perúgia, com um apartamento na ordem dos 50 mil euros, aos confins da Suécia, onde podem ser encontradas as casas-anexos-cabanas mais charmosas e encantadoras, com preços começam nos 30 mil euros.


Em Portugal uma das últimas oportunidades divulgadas surge na Beira Alta, com uma casa perto do histórico Castelo Medieval de Almeida (50 mil euros).


Há preços e casas para todos os bolsos, se se pensar que a acessibilidade é como o bom senso e varia de pessoa para pessoa. De França à Grécia, passando pela Irlanda, não faltam oportunidades imperdíveis.


Se alguém acredita que vai mudar-se para uma esquina de La Ceposa, uma pequena região das Astúrias, ou para uma residência-castelo numa província dos Países Baixos? É de levantar dúvidas, mesmo na época de Halloween em que as propostas podem ganhar contornos mais assombrados…