25 de Novembro Sempre

O voto do PS contra a proposta do CDS-PP para celebração anual do 25 de Novembro, atentou contra o melhor da própria História.

Celebrar o 25 de Novembro é uma questão de memória política e histórica, sentido de justiça e de gratidão. O CDS-PP celebra a data e o seu significado todos os anos, sem exceção, em cerimónia pública na Amadora, e em muitos concelhos, por todo o país.

Sobre o tema, não deveriam existir equívocos: se o 25 de Abril trouxe a mudança do regime, foi o 25 de Novembro que confirmou o regime democrático.

Escapa à racionalidade que hoje o PS se envergonhe do 25 de Novembro, tendo dele sido um dos protagonistas em 1975. O voto do PS contra a proposta do CDS-PP para celebração anual da efeméride, atentou contra o melhor da própria História.

A razão, tenha-se disso noção, é razoavelmente óbvia: na liderança do PS, a nível nacional e em diferentes outros patamares de decisão, estão hoje muitos dos que ao tempo militavam nos extremismos que lutaram pela vitória do Processo Revolucionário em Curso (PREC) e pelo caminho, mudaram de barricada. Para estes dirigentes, celebrar o 25 de Novembro é evocar a memória traumática da sua própria derrota. Acrescem novas gerações à esquerda, nascidas mais tarde, sem cultura política suficiente para terem noção do papel maior que à data, o PS realmente desempenhou. Valha o convite para a justa presença da família Soares na cerimónia.
Celebrando apenas o 25 de Abril, mas mutilando o 25 de Novembro, a república celebra a mudança de regime, mas não a instauração da democracia.

Mutilando o 25 de Novembro, exceção feita à queda do Estado Novo, a esquerda restringe a data ao PREC, à tentativa da extrema-esquerda implantar um regime totalitário em Portugal, às nacionalizações, à reforma agrária, às ocupações e às perseguições arbitrárias a pessoas, tantas vezes presas por delito de opinião.

Invocar apenas o 25 de Abril é tomar opção por uma parte de um percurso, rejeitando num tempo político contínuo, o momento que lhe deu melhor sentido.

Esquecer o 25 de Novembro significa sacrificar o melhor do 25 de Abril, desvalorizar a democracia, reescrever a história, tratar com injustiça figuras maiores no plano militar como o General Ramalho Eanes, o Major-General Jaime Neves e os que arriscaram a vida e em alguns casos morreram, a lutar pelas nossas liberdades, e no plano político como Mário Soares, Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Adelino Amaro da Costa.

Nós não esquecemos.
25 de Novembro Sempre.