BCP e Santander com subida de lucros nos primeiros nove meses 

BCP apresentou um resultado de 714 milhões até setembro e Santander subiu lucro para 788 milhões

O BCP apresentou lucros de 714,1 milhões de euros nos primeiros nove meses, o que representa um aumento de 9,7% face ao período homólogo do ano anterior, tendo o resultado operacional core ascendido a 1.765,9 milhões de euros. Só a atividade em Portugal apresentou um resultado líquido de 606,0 milhões de euros até setembro. Um resultado que levou o CEO da instituição financeira a referir que «foi um trimestre razoável, bem conseguido da parte do banco».  

A margem financeira (a diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos) caiu ligeiros 0,3% para 2.110,8 milhões de euros, enquanto as comissões cresceram 4% para 601,8 milhões de euros. Nos primeiros nove meses, as comissões líquidas do banco liderado por Miguel Maya totalizaram 601,8 milhões de euros, apresentando um crescimento de 4% face aos 578,5 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior. «Esta evolução reflete o desempenho favorável quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional, no primeiro caso decorrente da atividade de bancassurance, que incorpora as comissões obtidas pela colocação de produtos de seguros através das redes de distribuição do banco». Já os custos operacionais aumentaram 10,8% para 946,6 milhões, levando o rácio cost to income a subir de 32% para 35%. 

O banco aumentou os recursos de clientes em 9,1% entre janeiro e setembro, que já superam os 100 mil milhões de euros. A carteira de crédito aumentou 1,5%, para 57,5 milhões, com a quebra de 2,1% registada em Portugal a ser compensada pelo aumento de 9,6% nas operações internacionais.

A instituição financeira revelou ainda que espera gerar lucros anuais de cerca de mil milhões de euros entre 2025 e 2028 e pagar até 75% desse resultado aos acionistas, através de dividendos e da recompra de ações, segundo o novo plano estratégico. No entanto, trata-se de uma previsão que ainda está sujeita à aprovação do supervisor e de objetivos de capital. Quanto a pagamentos a acionistas, Maya disse que o objetivo é pagar até 75% desse resultado aos acionistas. «Depois de um ciclo em que o banco foi muito suportado pelos acionistas, mais de uma década, é tempo de retribuir toda esta transformação do banco», referindo ainda que o valor de 75% a ser pago aos acionistas resulta da distribuição de dividendos de pelo menos 50% do resultado líquido a que se soma um programa regular de recompra de ações.

Também esta semana, o Santander Totta apresentou um aumento de lucros de 25% para 778 milhões de euros. Um ganho impulsionado, essencialmente, pela margem financeira.

Já a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os que são pagos nos depósitos aumentou mais de 20%, para 240 mil milhões de euros, nos primeiros noves meses do ano com a instituição liderada por Pedro Castro e Almeida a referir que o o banco continua a «beneficiar da subida das taxas de juro de referência», embora «a um ritmo progressivamente menor», uma vez que o Banco Central Europeu já começou a baixar as taxas diretoras.

 As comissões praticamente estabilizaram nos 345 milhões de euros, enquanto os resultados em operações financeiras a ascenderem a 15,8 milhões de euros, o produto bancário cresceu 14,5% para 1,61 mil milhões de euros.

Também nos recursos de clientes registou um crescimento de 5,5% em relação há um ano, ascendendo a 45,6 mil milhões de euros, com os depósitos a subirem 4,2% para 37 mil milhões.

A instituição financeira revelou ainda que contava com 4.580 funcionários em Portugal em setembro, menos 82 do que no mesmo mês de 2023. Por seu lado, as As agências bancárias eram 329 em setembro, pelo que o banco fechou três desde setembro de 2023.

No campeonato dos mais pequenos, o Abanca apresentou lucros de 988 milhões até setembro, um aumento de 131% face a igual período do ano passado.