“Oportunidade” para a UE “falar menos e fazer mais”

Montenegro elencou que “do ponto de vista económico, do ponto de vista cultural e até histórico nós temos uma relação muito profunda” devido à “grande comunidade portuguesa nos Estados Unidos da América e de ter cada vez mais americanos a investir em Portugal e a visitar Portugal”

O primeiro-ministro português disse esta quinta-feira esperar que a nova administração norte-americana de Donald Trump seja “uma oportunidade” para União Europeia “falar menos e fazer mais” na sua autonomia.

“Esta perspetiva de mudança política nos Estados Unidos da América tem de ser vista como oportunidade, a oportunidade de falarmos menos e fazermos mais”, disse Luís Montenegro, Budapeste.

Os líderes europeus reúnem-se na capital húngara para a quinta cimeira da Comunidade Política Europeia e um jantar informal do Conselho Europeu. O foco são os desafios europeus de competitividade e de defesa, num contexto de mudanças políticas nos EUA, depois de o republicano Donald Trump ter sido eleito na terça-feira.

Felicitando Donald Trump como o 47.º Presidente dos EUA, Luís Montenegro destacou a eleição “inequívoca do ponto de vista do resultado”. Já do “ponto de vista bilateral, nós temos todo o interesse em continuar a aprofundar a nossa relação” entre Lisboa e Washington. 

Montenegro elencou que “do ponto de vista económico, do ponto de vista cultural e até histórico nós temos uma relação muito profunda” devido à “grande comunidade portuguesa nos Estados Unidos da América e de ter cada vez mais americanos a investir em Portugal e a visitar Portugal”. 

Numa altura em que a UE tenta ser mais competitiva a nível económico e mais independente de países terceiros, o chefe do Governo reforçou que “a Europa tem de ter mais autonomia, do ponto de vista, não só da defesa, mas também do ponto de vista da sua dinâmica económica”.

“Nós temos de reforçar a capacidade dos europeus poderem produzir mais em todos os contextos no setor primário, desde logo”, vincou, citado pela agência Lusa. 

Questionado sobre qual o posicionamento de Trump relativamente ao apoio ocidental à Ucrânia na sequência da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022, Luís Montenegro disse esperar que os EUA continuem a ser um “parceiro privilegiado” na ajuda, nomeadamente ao nível da NATO.