Os cinco maiores bancos a operar no mercado nacional – Caixa Geral de Depósitos, Santander Totta, BCP, novobanco e BPI – lucraram quase quatro mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Feitas as contas, dá uma média diária na ordem dos 14 milhões euros.
O campeão dos resultados foi, mais uma vez, a Caixa Geral de Depósitos, ao apresentar um lucro de 1.369 milhões, um aumento de 40%. A margem financeira estabilizou nos 2,1 mil milhões de euros. Os resultados com comissões também estabilizaram nos 437 milhões de euros. Nos recursos de clientes, que atingiram os 108 mil milhões de euros, os depósitos aumentaram mais de 5% para 74 mil milhões na atividade doméstica, enquanto os recursos fora do balanço subiram 2,1% para 23 mil milhões.
Logo a seguir surge o Santander Totta, que viu os seus resultados subirem 25% para 778 milhões de euros. Um ganho impulsionado, essencialmente, pela margem financeira. Já a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os que são pagos nos depósitos aumentou mais de 20%, para 240 mil milhões, nos primeiros noves meses com a instituição liderada por Pedro Castro e Almeida a referir que o banco continua a «beneficiar da subida das taxas de juro de referência», embora «a um ritmo progressivamente menor», uma vez que o Banco Central Europeu já começou a baixar as taxas diretoras.
Também nos recursos de clientes registou um crescimento de 5,5% em relação há um ano, ascendendo a 45,6 mil milhões, com os depósitos a subirem 4,2% para 37 mil milhões. Por seu lado, as comissões praticamente estabilizaram nos 345 milhões de euros, enquanto os resultados em operações financeiras a ascenderem a 15,8 milhões de euros, o produto bancário cresceu 14,5% para 1,61 mil milhões.
O BCP apresentou lucros de 714,1 milhões nos primeiros nove meses, um aumento de 9,7% face ao período homólogo do ano anterior, tendo o resultado operacional core ascendido a 1.765,9 milhões de euros. Só a atividade em Portugal apresentou um resultado líquido de 606,0 milhões de euros até setembro. Um resultado que levou o CEO Miguel Maya a referir que «foi um trimestre razoável, bem conseguido da parte do banco».
A margem financeira caiu 0,3% para 2.110,8 milhões de euros, enquanto as comissões cresceram 4% para 601,8 milhões. O banco aumentou os recursos de clientes em 9,1% entre janeiro e setembro, superando os 100 mil milhões de euros. A carteira de crédito aumentou 1,5%, para 57,5 milhões, com a quebra de 2,1% registada em Portugal a ser compensada pelo aumento de 9,6% nas operações internacionais.
Em contraciclo está o novobanco, com o lucro a cair 4,4% até setembro para 610,4 milhões, impactado pela constituição de 30 milhões de euros em provisões no segundo trimestre. A margem financeira aumentou 6,6% em termos homólogos, para 886,3 milhões de euros, enquanto as comissões totalizaram 240,4 milhões, um aumento de 10,7% face a igual período do ano passado.
Já o BPI obteve um resultado líquido de 444 milhões, uma subida de 14% face aos 390 milhões registados no mesmo período do ano anterior. A atividade em Portugal contribuiu com 380 milhões. O negócio de crédito apresentou. O banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa registou um crescimento de 2% no crédito e de 5% nos recursos de clientes, face ao final de setembro de 2023. A margem financeira subiu 7%, para 737 milhões, enquanto as comissões aumentaram 12% para 244 milhões.
Dos mais pequenos, o Montepio viu o lucro consolidado fixar-se em 96,1 milhões, o que representa um aumento de 117,3 milhões em termos homólogos. A instituição liderada por Pedro Leitão justifica a passagem de prejuízos a lucros com o aumento do produto bancário, pela redução das imparidades e provisões e pelo efeito da desconsolidação do Finibanco Angola inscrito nas contas de 2023.