O ministro da Agricultura apelou, esta terça-feira, aos produtores com animais que tenham morrido por língua azul a notificar as autoridades.
“Queremos que os agricultores nos digam os animais que morrem por língua azul. Há 51 mil animais, ovinos, que morreram, em dois milhões de efetivos, uma taxa de mortalidade de 2,5%. Mas, certeza dos que morreram por língua azul, as notificações que recebemos são quatro mil. Isto representa dois animais por mil efetivos”, afirmou José Manuel Fernandes, à margem de um evento em Guimarães.
O governante pede a agricultores e produtores que “não tenham receio” de informar as autoridades do número de animais mortos devido à doença da língua azul, pois o registo correto vai ajudar a que possam ser acionados recursos de fundos europeus.
“Por exemplo, pretendia recorrer à reserva de crises da União Europeia, mas tenho de dar os dados verdadeiros e efetivos. E nesses dados, a taxa que apresento é de dois animais mortos por língua azul em cada mil, quando tenho a perceção de que são muitos mais. O facto de haver uma notificação que é muito baixa em relação às mortes prejudica o objetivo de considerarmos que há uma calamidade, que existe, mas que os números, face às notificações que recebemos, não dão essa dimensão”, explicou.
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) adiantou que o surto de linga azul gerou prejuízos acima de seis milhões de euros e que o número de mortes em 2024 é significativamente superior ao do ano passado e que o setor “precisa urgentemente de ajudas”.