O queniano Raila Odinga, candidato à presidência da Comissão da União Africana, afirmou que África tem «outros amigos» se Donald Trump, recém-eleito Presidente dos Estados Unidos, não quiser trabalhar com aquele continente. O dirigente afirmou ainda estar à espera de «descobrir a sua política. Não posso antecipar nada, quero que ele fale de África». O político queniano de 79 anos fez questão de sublinhar que «como um amigo de África, damos-lhe as boas-vindas. Se ele não quiser trabalhar com África, a África tem outros amigos. Não vamos ser tendenciosos e condenar Donald Trump antes de ele se pronunciar sobre África». Durante o seu primeiro mandato como presidente dos EUA, Donald Trump provocou indignação com as suas observações sobre as nações africanas. Criticou o sistema de saúde da “Nâmbia”, referindo-se à “Namíbia”, num discurso nas Nações Unidas. Meses mais tarde, descreveu o Haiti e países africanos como «países de merda» durante uma reunião à porta fechada na Casa Branca, o que gerou um protesto internacional.
Apesar das observações controversas, Odinga acredita numa mudança de estilo do novo Presidente americano. «Este é agora um novo Trump. Por isso, queremos ver aquele com quem vamos lidar», afirmou. Existem, no entanto, questões delicadas, nomeadamente as consequências que a agenda isolacionista ‘America First’ de Trump pode ter em África, especialmente depois de se saber que os republicanos controlam a Câmara dos Representantes e o Senado dos EUA.