Álcool. Mais de metade dos jovens portugueses admite ‘binge’

Os resultados do estudo revelam uma elevada prevalência do consumo de bebidas alcoólicas, com prevalência ao longo da vida

Mais de metade (51%) dos jovens participantes num inquérito em Portugal admitiram ter consumido álcool de forma rápida e excessiva (‘binge’) no último ano. Já 36% embriagou-se de forma severa e quase um quarto utilizou drogas ilícitas, particularmente a canábis.

Os dados constam de um estudo realizado em 2023 e intitulado “Comportamentos Aditivos aos 18 anos”, promovido e divulgado esta terça-feira pelo Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD). A base é o inquérito nacional aos jovens de 18 anos participantes no Dia da Defesa Nacional, realizado anualmente desde 2015, com uma interrupção em 2020, devido à pandemia de covid-19.

Os resultados do estudo revelam uma elevada prevalência do consumo de bebidas alcoólicas, com prevalência ao longo da vida na ordem dos 81%. Nos últimos 12 meses, a prevalência está à volta dos 78%. 

48% dos jovens assumiram o consumo de tabaco ao longo da vida e 41% nos últimos 12 meses. Segundo o inquérito, 29% consumiram substâncias ilícitas ao longo da vida (24% no último ano), sobretudo canábis (23% nos últimos 12 meses).

Uma menor percentagem de jovens aponta também a ingestão de tranquilizantes ou sedativos sem receita médica (5% de prevalência nos últimos 12 meses e 7% de prevalência ao longo da vida).

A maioria dos jovens consumiu em menos de 20 ocasiões no período dos 30 dias anteriores ao inquérito, refere o estudo, indicando que “a prevalência de consumo diário/quase diário varia entre 0,2% (casos das novas substâncias psicoativas) e 13% (caso do tabaco)”.

Relativamente ao álcool, 51% dos jovens reconhecem ter bebido de forma ‘binge’ no último ano, 62% embriagaram-se ligeiramente e 36% severamente.

“Ainda que intensos por ocasião, são padrões de consumo que tendem a ser pouco frequentes, predominando a indicação de uma a cinco ocasiões num período de 12 meses”, refere o ICAD, citado pela agência Lusa.