A diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS) para África, Matshidiso Rebecca Moeti, revelou que mais de 24 milhões de africanos vivem atualmente com diabetes, metade dos quais ainda não diagnosticados. Este dado preocupante surge num contexto de aumento da doença no continente africano devido a múltiplos fatores, incluindo a urbanização, a má alimentação e a inatividade física da população. A OMS continua a trabalhar para reduzir o risco e garantir que todas as pessoas diagnosticadas com a doença tenham acesso a tratamento e cuidados equitativos, abrangentes, acessíveis e de qualidade. Ainda segundo esta organização, se nada de urgente foi feito, o número de pessoas que poderão sofrer da diabetes poderá disparar para os 45 milhões até 2045, um acréscimo de 129%.
«Esta situação representa um fardo duplo significativo para a saúde e para a economia, além de gerar despesas catastróficas dos indivíduos para controlar a sua doença», referiu a OMS. A situação é agravada pelo facto de África ter a mais baixa taxa de investimento em cuidados com a diabetes a nível mundial, com apenas 1% das despesas de saúde da região. «Os sistemas de saúde também são tradicionalmente concebidos para lidarem com doenças agudas e infecciosas, sem prestar atenção suficiente a doenças crónicas como a diabetes», afirmou a responsável desta organização.
De modo a controlar a doença, a OMS África está empenhada em soluções holísticas, incluindo uma nutrição adequada, o combate à obesidade, a prática de exercício físico,
acesso a medicamentos essenciais necessários e apoio à saúde mental. Recorde-se que, em agosto deste ano, os Estados-Membros africanos aprovaram o Quadro de Implementação do Pacto Mundial contra a Diabetes em África, que passa por integrar cuidados de saúde mais amplos e criar um roteiro para os países reforçarem a prevenção, o diagnóstico e os cuidados da diabetes, especialmente ao nível dos cuidados de saúde primários.